Mundo

Irã realiza eleições legislativas sem a oposição

Segundo a avaliação oficial divulgada na noite desta sexta-feira, a participação foi superior a 60%, dentro da margem tradicional de entre 50% e 70%

Ahmadinejad faz o sinal da vitória ao desembarcar em Caracas
 (Juan Barreto/AFP)

Ahmadinejad faz o sinal da vitória ao desembarcar em Caracas (Juan Barreto/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2012 às 22h16.

Teerã - Os iranianos votaram nesta sexta-feira para eleger os 290 deputados de um Parlamento que seguirá dominado pelos conservadores no poder, com a oposição rejeitando participar do processo para protestar contra a repressão.

Segundo a avaliação oficial divulgada na noite desta sexta-feira, a participação foi superior a 60%, dentro da margem tradicional de entre 50% e 70%. As eleições de 2008 tiveram participação de 55,4%.

O fechamento das urnas, previsto para às 18H00 local (11H30 Brasília), foi adiado várias vezes para permitir que todos votassem, e a eleição foi concluída apenas às 23h00 (16h30).

Os 48 milhões de eleitores convocados às urnas votaram em 3.400 candidatos, na primeira eleição em nível nacional desde a reeleição de Mahmud Ahmadinejad, que foi seguida por protestos da oposição contra fraude e por uma sangrenta repressão por parte do regime.

Os principais dirigentes e a imprensa oficial convocaram a uma participação em massa, apresentada como uma resposta às ameaças militares israelenses e aos esforços dos ocidentais para estrangular o Irã através de sanções econômicas e financeiras.

Indo votar, a população "dará uma bofetada nas potências hegemônicas" e "mostrará sua determinação de resistir ao inimigo", afirmou o Guia Supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

Irã, cujo programa nuclear foi condenado por seis resoluções das Nações Unidas, está submetido há dois anos a um embargo comercial, financeiro e agora petroleiro que já começa a abalar sua economia.


Os países ocidentais afirmam que o Irã pretende obter uma arma atômica, e Israel tem multiplicado suas ameaças de ação militar contra instalações nucleares iranianas.

A campanha oficial ignorou em geral as questões econômicas e sociais, apesar de uma inflação superior a 20% e de um desemprego estimado oficialmente em 12%.

A votação foi realizada em cerca de 47 mil urnas instaladas no país e os resultados serão divulgados em dois ou três dias, segundo o ministério do Interior.

Muitos eleitores, de todas as idades, a maioria favorável aos conservadores, afirmaram votar por dever e com a esperança de que o novo Parlamento resolva os problemas econômicos, prioritários para todos.

Nenhum incidente foi assinalado pelos responsáveis, exceto pela prisão, na região de Teerã, de dez elementos envolvidos em "ações de sabotagem".

A disputa política passa agora às diversas facções de conservadores, reunidos em nebulosas coalizões com programas diversos.

Os dois principais protagonistas desta disputa são a "Frente Unida dos Conservadores", ligada ao atual presidente do Parlamento, Alí Larijani, crítico do presidente Ahmadinejad, e a Frente da Persistência da Revolução Islâmica, uma associação heterogênea conservadora que defende o presidente e denuncia a cordura política de seus adversários.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEleiçõesIrã - PaísOriente Médio

Mais de Mundo

México adverte para perda de 400 mil empregos nos EUA devido às tarifas de Trump

Israel vai recorrer de ordens de prisão do TPI contra Netanyahu por crimes de guerra em Gaza

SAIC e Volkswagen renovam parceria com plano de eletrificação

Novas regras da China facilitam exportações no comércio eletrônico