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Irã reage após EUA anunciarem novas exigências para acordo nuclear

Secretário de Estado, Mike Pompeo, anunciou 12 condições nesta segunda (21) para que o americanos negociem um novo acordo com o país do Oriente Médio

Hassan Rohani: presidente iraniano ressaltou que "não é aceitável" que Pompeo, um ex-diretor da CIA, tome decisões pelo Irã (REUTERS/Fars News/Reuters)

Hassan Rohani: presidente iraniano ressaltou que "não é aceitável" que Pompeo, um ex-diretor da CIA, tome decisões pelo Irã (REUTERS/Fars News/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de maio de 2018 às 17h09.

Última atualização em 21 de maio de 2018 às 17h47.

Teerã - O presidente iraniano, Hassan Rohani, disse nesta segunda-feira que os Estados Unidos não podem decidir pelo Irã nem pelos demais países, depois que Washington anunciou hoje 12 drásticas condições para chegar a um novo acordo com Teerã sobre os seus programas nuclear e balístico.

"Quem é você para decidir pelo Irã e pelo mundo?", perguntou Rohani, citado pela emissora de televisão estatal iraniana, em resposta às exigências do novo secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

Pompeo advertiu hoje que imporá a Teerã "as sanções mais fortes da história" para forçar-lhe a "mudar seu comportamento" e ameaçou os países europeus que aquelas empresas que façam negócios no Irã "prestarão contas".

O presidente iraniano ressaltou que "não é aceitável em absoluto" que um homem que trabalhou em um serviço de espionagem durante muitos anos agora tome decisões pelo Irã e por outros Estados.

"Todos os países do mundo querem independência nas suas decisões e talvez os americanos possam avançar sua agenda em alguns lugares por meio da pressão, mas a lógica não aceita que tomem decisões para todo o mundo", salientou.

Rohani também defendeu uma maior colaboração entre os países perante as pressões do governo de Donald Trump, que desde o início do seu mandato manteve uma política hostil com a República Islâmica.

O discurso de Pompeo acontece em meio às negociações do Irã com os demais signatários do acordo nuclear de 2015 (Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) para salvar o pacto, após a saída dos Estados Unidos no último dia 8.

Para continuar no acordo, o Irã exigiu que os benefícios derivados do mesmo lhe sejam garantidos, apesar da reimposição de sanções por parte dos EUA, e advertiu que, caso contrário, retomará seu programa atômico.

Por isso, a Comissão Europeia ativou na sexta-feira passada o chamado "estatuto de bloqueio", que livra as empresas europeias dos efeitos extraterritoriais das sanções dos EUA e anula as consequências que decisões de tribunais estrangeiros sobre este tema possam ter na União Europeia.

No entanto, a inquietação no Irã é elevada, devido ao fato de que, após a decisão de Washington, várias empresas europeias, como a companhia petrolífera francesa Total, anunciaram que não podem seguir investindo no país pelos riscos que isso acarreta.

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