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Irã prolonga em 2 horas o período de votação para 2º turno que definirá novo presidente

Os iranianos votam neste segundo turno entre o reformista e moderado Pezeshkian e o ultraconservador Jalili

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 5 de julho de 2024 às 13h05.

Última atualização em 5 de julho de 2024 às 14h13.

O Irã prolongou em 2 horas nesta sexta-feira o horário de votação nas eleições presidenciais antecipadas após a morte do presidente Ebrahim Raisi, em uma disputa entre o reformista Masoud Pezeshkian e o ultraconservador Saeed Jalili.

A Comissão Eleitoral iraniana anunciou o prolongamento do horário de votação até às 20h (horário local, 13h30 de Brasília) “devido ao elevado número de pessoas que estão comparecendo às urnas”, segundo informou a agência de notícias “Tasnim”.

As autoridades costumam estender o período de votação até à meia-noite nos dias de eleições no país, onde hoje 61 milhões de pessoas estão convocadas às urnas.

Os iranianos votam neste segundo turno entre o reformista e moderado Pezeshkian e o ultraconservador Jalili para suceder o presidente Ebrahim Raisi, que morreu em um acidente de helicóptero em maio.

As pesquisas locais colocam Pezeshkian ligeiramente à frente de Jalili.

O cirurgião cardíaco Pezeshkian, ex-ministro da Saúde de 69 anos, começou a campanha com baixas expectativas, mas foi ganhando terreno com uma mensagem de reaproximação com o Ocidente e críticas ao uso do véu islâmico.

Por sua vez, Jalili, o ex-negociador-chefe nuclear iraniano, de 58 anos, foi descrito como um “verdadeiro produto da Revolução Islâmica”, que se opõe ao Ocidente e garante que seguirá as políticas do ultraconservador Raisi, que aumentou a repressão governamental no país durante seu mandato.

O presidente iraniano tem poder de decisão sobre questões nacionais e, em menor grau, sobre a política externa e de segurança no Irã, onde o líder supremo, Ali Khamenei, atua como chefe de Estado com vastos poderes.

Como é habitual, Khamenei votou de manhã cedo diante das câmeras de televisão e voltou a fazer um apelo para convocar a população às urnas.

“Ouvi dizer que há mais interesse do que no primeiro turno. Amanhã teremos um novo presidente”, disse a mais alta autoridade política e religiosa do país, em uma aparente referência à baixa participação do primeiro turno na sexta-feira passada.

O primeiro turno, em 28 de junho, registrou a participação mais baixa da história em uma eleição da República Islâmica, com apenas 39,9% dos eleitores comparecendo às urnas.

Estes dados mostram o ceticismo e a apatia que reina entre o eleitorado em meio a uma economia pressionada por uma inflação de 40%, uma moeda desvalorizada e uma taxa de desemprego juvenil de 20%.

A isto acrescenta-se o desencanto de muitos iranianos, especialmente os jovens, com a República Islâmica devido à falta de liberdades sociais.

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