Mundo

Irã permitirá que mulheres jornalistas assistam vôlei

Autoridades iranianas permitirão, a partir de hoje, que mulheres jornalistas e fotógrafas cubram partidas de vôlei masculino


	Vôlei: recentemente, jovem foi condenada a um ano de prisão por tentar assistir partida de vôlei
 (Elsa/Getty Images)

Vôlei: recentemente, jovem foi condenada a um ano de prisão por tentar assistir partida de vôlei (Elsa/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 08h02.

Teerã - As autoridades do Irã permitirão a partir de hoje que mulheres jornalistas possam cobrir partidas de vôlei masculino, que até agora só podiam ser assistidas por homens.

O Ministério de Juventude e Esportes concederá permissões as jornalistas e fotógrafas para comparecer a estes eventos esportivos, informou a agência de notícias estatal iraniana "Irna".

"O vôlei iraniano está sob pressão por parte da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) por não permitir que mulheres entrem nos ginásios. Esta foi a razão pela qual o Irã não pôde sediar o campeonato mundial juvenil", informou recentemente a agência "Fars".

No início de novembro a justiça iraniana condenou a um ano de prisão Ghoncheh Ghavami, uma jovem de 25 anos com dupla nacionalidade, britânica e iraniana, depois de ela tentar assistir, como espectadora, uma partida de vôlei.

Ghavami, estudante de Direito na Universidade de Londres e graduada na Escola de Londres de Estudos Orientais e Africanos, foi detida em 20 de junho após comparecer junto com várias ativistas de direitos das mulheres a um jogo da seleção iraniana de vôlei no estádio Azadi, em Teerã.

As jovens se manifestaram fora do centro esportivo exigindo liberdade para que as mulheres possam ser público deste tipo de evento e várias delas foram detidas pelas Forças de Segurança.

Ghavami foi acusada de "propaganda contra o Estado" e passou parte de sua detenção em uma cela de isolamento na prisão de Evin, no norte de Teerã.

A plataforma www.change.org acolhe uma campanha intitulada #FreeGhonchehGhavami, já assinada por mais de 700 mil pessoas e a organização Anistia Internacional denunciou sua detenção e exige sua libertação.

A FIVB também pediu a libertação de Ghavami e lembrou que esta organização é comprometida com "a inclusão e os direitos das mulheres de participar dos esportes em base de igualdade".

No início deste mês a FIVB anunciou que o Irã não sediaria o campeonato mundial juvenil de 2015 (que acontecerá na Argentina) e que não poderá hospedar nenhuma outra competição internacional até retirar a proibição de as mulheres assistirem aos jogos.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEsportesIrã - PaísMulheresVôlei

Mais de Mundo

Cúpula militar de Israel se reúne em meio a ameaça de ataque iminente do Irã

Irã planeja um ataque iminente com mísseis contra Israel, diz EUA, segundo imprensa americana

Sobe para 236 o total de mortos no Nepal após piores chuvas em 50 anos

Rússia aumenta orçamento de defesa em 25% e atingindo nível recorde