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Irã nega acusações dos Estados Unidos sobre sabotagem de navios no Golfo

Os Estados Unidos acusam o Irã de ser responsável pelos atos de sabotagens de 12 de maio contra quatro navios no Golfo

O porta-voz do Irã afirmou que o conselheiro americano para a Segurança Nacional procura o caos (Fatemeh Bahrami/Anadolu Agency/Getty Images)

O porta-voz do Irã afirmou que o conselheiro americano para a Segurança Nacional procura o caos (Fatemeh Bahrami/Anadolu Agency/Getty Images)

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AFP

Publicado em 29 de maio de 2019 às 10h47.

O conselheiro americano para a Segurança Nacional, John Bolton, em visita nesta quarta-feira a Abu Dhabi, acusou o Irã de estar por trás dos atos de sabotagens de 12 de maio contra quatro navios no Golfo, que contribuíram para o aumento da tensão na região. O Irã rejeitou o que chamou de acusações "risíveis".

"Nossas forças de operações especiais foram convidadas a dar sua opinião e ficou claro" que os navios, incluindo dois petroleiros sauditas, foram alvos de "minas navais, quase certamente do Irã", declarou Bolton à imprensa em sua chegada aos Emirados Árabes Unidos.

O governo dos Estados Unidos participa com outros países na investigação, liderada pelos Emirados, sobre os incidentes.

"Não há nenhuma dúvida em Washington sobre quem é responsável por isto", afirmou Bolton, referindo-se implicitamente ao Irã, grande inimigo dos Estados Unidos.

"Quem mais você pensa que está fazendo isto? Alguém do Nepal", questionou ironicamente Bolton, que vai se reunir com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohamed ben Zayed Al Nahyan, e com seu colega no governo dos EAU, Tahnun ben Zayed Al Nahyan, para analisar as relações bilaterais e a tensão regional.

"Nós continuamos preocupados e tão atentos quanto possível", completou Bolton.

Em Teerã, o porta-voz das Relações Exteriores, Abbas Moussavi, afirmou que "não é de espantar (que os Estados Unidos façam) acusações tão risíveis".

"Bolton e os outros belicistas que procuram o caos deveriam saber que a estratégica de paciência, de vigilância e de preparação defensiva da República Islâmica do Irã vai impedir a realização de seus delírios diabólicos na região", acrescentou Moussavi, segundo comunicado do seu ministério.

John Bolton também relatou um "ataque malsucedido ao porto saudita de Yanbu, alguns dias antes do incidente com os petroleiros".

Ele não deu, no entanto, detalhes sobre esse "ataque", que teria como alvo a principal cidade petrolífera do reino saudita, no Mar Vermelho.

"Eu apoio o que fizemos até agora, que é deixar muito claro para o Irã e seus substitutos que esses tipos de medidas podem provocar uma reação muito forte dos Estados Unidos", ameaçou Bolton.

Medidas "dissuasivas"

Esta visita do conselheiro de Donald Trump acontece às vésperas de três reuniões de cúpula em Meca, na Arábia Saudita, convocadas a pedido de Riad, que deseja isolar ainda mais seu grande rival iraniano no Oriente Médio.

Enquanto a cúpula da Organização da Cooperação Islâmica (OIC) está prevista há tempos, Riad convocou mais duas reuniões, as do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) e da Liga Árabe.

As tensões regionais aumentaram em abril, quando o governo Donald Trump inscreveu a Guarda Revolucionária iraniana em sua lista negra de "organizações terroristas" e fortaleceu em maio as sanções econômicas contra Teerã após sua saída, há um ano, do acordo internacional sobre a energia nuclear do Irã.

A situação piorou com os incidentes marítimos nos Emirados e os disparos por parte dos rebeldes iemenitas huthis, apoiados por Teerã, contra alvos sauditas, incluindo duas estações de bombeamento de um oleoduto em 14 de maio.

No início deste mês, Washington anunciou o envio de um porta-aviões e de bombardeiros B-52 ao Golfo antes de decidir, no dia 25, enviar 1.500 soldados adicionais ao Oriente Médio, citando as "ameaças" iranianas.

Nesta quarta-feira, Bolton descreveu tais medidas como "dissuasivas".

Perguntado se tinha provas da responsabilidade do Irã nos incidentes marítimos, ele se recusou a "entrar em detalhes".

Em 24 de maio, o governo Trump informou ao Congresso sobre novas vendas de armas a Riad e Abu Dhabi, novamente citando a "ameaça" iraniana.

Por sua vez, generais iranianos ameaçaram fechar, em caso de guerra, o estreito de Ormuz, através do qual 35% do petróleo transportado pelo mar passa.

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