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Irã não cede sobre número de centrífugas em diálogo nuclear

Posição iraniana dificulta imaginar um acordo nas negociações desta semana com seis potências


	Reator nuclear, no sul do Irã
 (Atta Kenare/AFP/AFP)

Reator nuclear, no sul do Irã (Atta Kenare/AFP/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2014 às 21h42.

Viena - O Irã se recusa a reduzir significativamente a quantidade de centrífugas que pretende manter em operação para produzir combustível nuclear, o que dificulta imaginar um acordo nas negociações desta semana com seis potências, disseram nesta quarta-feira autoridades ocidentais e iranianas.

Os comentários de diplomatas próximos às negociações, que falaram sob condição de anonimato, foram feitos depois da primeira rodada de reuniões na capital austríaca entre Irã e Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, China, Rússia e Alemanha.

Os diplomatas ainda estão tentando alcançar um acordo que limite o programa nuclear do Irã, que o submeta a inspeções mais rigorosas da ONU, suspenda as sanções que afetam a economia do país --baseada nas exportações de petróleo-- e elimine o risco de uma guerra no Oriente Médio devido à disputa.

As duas partes continuam distantes sobre a abrangência futura e admissível de atividade nuclear iraniana, enquanto se aproxima o prazo final, de 20 de julho.

Talvez o maior obstáculo a superar, disseram diplomatas das seis potências, é a postura do Irã sobre as centrífugas para enriquecer urânio, que um negociador descreveu como "um enorme problema".

As centrífugas são máquinas que giram a velocidades supersônicas para aumentar a taxa de isótopo físsil no urânio.

O urânio enriquecido a um nível baixo é usado como combustível em usinas de energia nuclear, o objetivo declarado do Irã, mas também pode fornecer material para bombas se for refinado ainda mais, o que o Ocidente teme que seja uma meta oculta de Teerã.

"Os iranianos ainda não demonstraram a sua vontade em reduzir as suas centrífugas a um número aceitável, o que dificulta alcançar um compromisso sobre este ponto com o qual todos nós possamos conviver", disse o negociador à Reuters.

Outra autoridade ocidental próxima às negociações confirmou o conteúdo dos comentários.

Uma autoridade iraniana também confirmou a avaliação.

"O nosso líder supremo (aiatolá Ali Khamenei) determinou uma linha vermelha para os negociadores e ela não pode mudar e deve ser respeitada", disse à Reuters.

"O enriquecimento de urânio deve ser continuado e nenhuma das instalações nucleares serão fechadas." "O que o Ocidente oferece ao Irã em relação ao número de centrífugas é como uma piada e inaceitável", continuou.

"No entanto, uma negociação significa tentar superar as diferenças e é o que ambos os lados estão fazendo."

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