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Irã liberta temporariamente a Nobel da Paz Narges Mohammadi por razões médicas

Os médicos indicaram que ela precisa de pelo menos 3 meses de cuidados após a retirada de um tumor na perna e a colocação de um enxerto ósseo

Narges Mohammadi (AFP/AFP)

Narges Mohammadi (AFP/AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 13h47.

Última atualização em 4 de dezembro de 2024 às 14h42.

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz iraniana Narges Mohammadi foi libertada da prisão por um período de três semanas por motivos médicos, após a remoção de um tumor de sua perna no mês passado.

“O Ministério Público de Teerã suspendeu a execução da pena da senhora Narges Mohammadi durante três semanas e ela foi libertada da prisão”, informou nesta quarta-feira Mostafa Nili, advogado da ativista, nas redes sociais.

O advogado explicou que a libertação temporária se deve à retirada de um tumor benigno de uma perna e a um enxerto ósseo realizado há 21 dias, depois de a família da ativista ter relatado que lhe estavam sendo negados cuidados médicos.

Após a operação, Nili afirmou que os médicos indicaram que Mohammadi “precisa de cerca de três meses de cuidados em condições favoráveis” e por isso pediu a suspensão da pena.

A família da ativista considerou que a liberação de três semanas é insuficiente e exigiu sua libertação incondicional ou pelo menos durante 90 dias, como recomendaram os médicos.

“Exigimos a libertação imediata e incondicional de Narges Mohammadi ou, pelo menos, uma extensão da sua autorização de saída para três meses”, afirmou a família em um comunicado.

“Como os médicos salientaram, um mínimo de três meses de recuperação é crucial para seu restabelecimento”, acrescentaram.

Mohammadi, de 52 anos, encarcerada desde 2021 na prisão de Evin, em Teerã, foi condenada seis vezes a uma pena total de 13 anos e nove meses de prisão e 154 chibatadas, entre outros castigos.

A última sentença de seis meses de prisão contra a ativista foi proferida em meados de outubro, um mês depois de ter protestado na prisão contra a execução do preso Reza Rasai por seu suposto envolvimento no assassinato de um agente de inteligência durante a revolta desencadeada pela morte de Mahsa Amini em setembro de 2022.

Apesar das condenações e da prisão, a ativista dos direitos humanos e dos direitos das mulheres continuou a denunciar violações no Irã, incluindo a aplicação da pena de morte ou a violência contra mulheres que não usam o véu islâmico.

O Comitê do Nobel norueguês atribuiu o prestigiado prêmio a Mohammadi em 2023 “por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela promoção dos direitos humanos e da liberdade para todos”.

O prêmio foi entregue a seus filhos em uma cerimônia em Oslo, na qual a ativista pediu através deles apoio internacional para acabar com um governo iraniano “em seu nível mais baixo de legitimidade e apoio popular”.

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