As autoridades não especificaram o número total de pessoas soltas, mas o jornal reformista Etemad publicou em sua primeira página as fotos de cerca de 50 personalidades que foram libertadas da prisão (AFP/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 14 de fevereiro de 2023 às 14h37.
O Irã deu um sinal de apaziguamento nos últimos dias ao libertar alguns detidos em uma anistia sem precedentes, que tem feito especialistas questionarem qual será a estratégia das autoridades nos próximos meses.
Esta anistia limitada libertou alguns dos detidos no movimento de protesto em massa desencadeado pela morte da jovem Mahsa Amini, em 16 de setembro.
A jovem morreu sob custódia policial, depois de ser presa acusada de violar os rígidos códigos de vestimenta impostos às mulheres na República Islâmica.
As autoridades não especificaram o número total de pessoas soltas, mas o jornal reformista Etemad publicou em sua primeira página as fotos de cerca de 50 personalidades que foram libertadas da prisão.
"Pelo que me lembro, esta anistia tem um alcance sem precedentes", disse à AFP Maziar Khosravi, jornalista preso várias vezes desde 2009 e detido brevemente durante a última onda de protestos.
Persiste, no entanto, a incerteza sobre esta medida, que começou em um momento em que as manifestações são menos frequentes.
A decisão da anistia foi tomada no início de fevereiro pelo guia supremo iraniano, Ali Khamenei, para marcar o 44º aniversário da República Islâmica, comemorado no sábado (11).
Em seguida, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, falou de um plano de reforma da "unidade" nacional, lançado com a aprovação do guia supremo.
"Estudantes e personalidades culturais, esportivas e midiáticas que tenham sido alvo de restrições por atos ilegais serão indultados", prometeu.
Ao todo, milhares de pessoas, entre jornalistas, advogados, atores e ativistas, foram presas por suposto envolvimento nos protestos.
Das pessoas detidas, quatro foram executadas. Segundo as autoridades, houve centenas de mortes entre os manifestantes, mas também entre membros das forças de segurança.
Nas últimas semanas, o governo flexibilizou algumas restrições drásticas na Internet, embora o acesso ao Instagram e ao WhatsApp, os aplicativos mais usados no Irã, continue bloqueado.