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Irã insiste em seu direito a enriquecer urânio

"Consideramos que o direito ao enriquecimento (de urânio) é um direito inalienável do povo iraniano, seja 5% ou 20%", disse o negociador-chefe, Saeed Jalili

Saeed Jalili: "se a outra parte respeitar nosso direito ao enriquecimento e à atividade pacífica na esfera nuclear, isto ajudaria muito a avançar", disse o negociador-chefe do Irã. (REUTERS/Shamil Zhumatov)

Saeed Jalili: "se a outra parte respeitar nosso direito ao enriquecimento e à atividade pacífica na esfera nuclear, isto ajudaria muito a avançar", disse o negociador-chefe do Irã. (REUTERS/Shamil Zhumatov)

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2013 às 15h47.

Moscou - O Irã insistiu neste sábado em seu direito de enriquecer urânio e pediu às grandes potências que renunciem a uma política hostil contra a República Islâmica ao término da quinta rodada de negociações nucleares com o Grupo 5+1 na cidade cazaque de Almaty.

"Consideramos que o direito ao enriquecimento (de urânio) é um direito inalienável do povo iraniano, seja 5% ou 20%", disse o negociador-chefe iraniano, Saeed Jalili, em entrevista coletiva.

Precisamente, as grandes potências propuseram que Teerã reduza suas atividades de enriquecimento de urânio em troca de uma suavização das sanções para dissipar as dúvidas da comunidade internacional sobre o variante militar de seu programa nuclear.

"Se a outra parte respeitar nosso direito ao enriquecimento e à atividade pacífica na esfera nuclear, isto ajudaria muito a avançar", disse Jalili.

Sem fazer referência diretamente às sanções internacionais, Jalili destacou que as grandes potências fizeram muito nos últimos tempos para contribuir à desconfiança entre ambas as partes.

"Agora terão que obter a confiança do povo iraniano. Falamos nas negociações que a atitude hostil em relação ao Irã se contradiz com o espírito de confiança. Por isso, se falamos de criar confiança, então o comportamento hostil deve terminar", disse.

O negociador iraniano ressaltou que o Grupo 5+1 decidiu fazer uma pausa nas negociações para estudar minuciosamente o "plano de ação" apresentado por Teerã.

Em todo caso, Jalili manifestou sua satisfação pelo andamento das conversas e destacou que a partir de agora, tudo dependerá da sinceridade das grandes potências na hora de tomar medidas de confiança.

Previamente, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, assegurou hoje que o Grupo 5+1 - os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -EUA, China, Rússia, França e Reino Unido- mais Alemanha, fará uma pausa nas negociações com o Irã.


"Ficou claro que as posturas do Irã e do G5+1 ainda são distantes", disse em entrevista coletiva Ashton, que precisou que as delegações manterão agora consultas com suas respectivas capitais para decidir os próximos passos.

Ao mesmo tempo, a diplomata destacou que é a primeira vez que ambas as partes analisam em profundidade todos os aspectos do problema nuclear do Irã, destacando o objetivo das sanções impostas ao Irã, que é precisamente exercer pressão sobre a República Islâmica para que o processo avance e conseguir uma solução ao problema nuclear.

Segundo os especialistas, a proximidade das eleições presidenciais iranianos de junho próximo impede que Teerã adquiria o compromisso de aceitar as propostas das grandes potências.

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