Mundo

"Irã está pronto para se defender de ataque israelense"

Mahmoud Ahmadinejad disse também que não leva a sério a ameaça militar israelense contra as instalações nucleares iranianas

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, discursa em Teerã em 21 de setembro
 (Atta Kenare/AFP)

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, discursa em Teerã em 21 de setembro (Atta Kenare/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 23h45.

Nova York - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ignorou na segunda-feira um alerta da Organização das Nações Unidas para evitar a retórica incendiária, e declarou a jornalistas durante a sessão anual da Assembleia Geral da ONU que Israel não tem raízes no Oriente Médio e será "eliminado".

Ele disse também que não leva a sério a ameaça militar israelense contra as instalações nucleares iranianas, negou ter enviado armas à Síria e disse que as condições econômicas do seu país "não estão tão ruins quanto são retratadas", apesar das sanções internacionais ao Irã.

"Fundamentalmente, não levamos a sério as ameaças dos sionistas (...). Temos todos os meios defensivos à nossa disposição, e estamos prontos para nos defender", disse Ahmadinejad, que discursa na quarta-feira à Assembleia Geral.

Os Estados Unidos rejeitaram os comentários do presidente iraniano, classificando-os como "odiosos, ofensivos e ultrajantes".

No domingo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se reuniu com Ahmadinejad e alertou-o sobre os perigos da retórica incendiária para o Oriente Médio. Ahmadinejad ignorou o conselho.

Na conversa com os jornalistas, ele aludiu ao fato de ter anteriormente negado o direito de Israel à existência. "O Irã está aí há 7, 10 mil anos. Eles (israelenses) ocuparam esses territórios nos últimos 60 a 70 anos, com o apoio e a força dos ocidentais. Eles não têm raízes históricas lá", disse ele, falando a jornalistas por meio de um intérprete.


O moderno Estado de Israel foi fundado em 1948, em terras que os judeus dizem ser o seu lar bíblico.

"Acreditamos que eles se encontraram em um beco sem saída e estão agora buscando novas aventuras para escapar desse beco sem saída. O Irã não será danificado por bombas estrangeiras", disse Ahmadinejad.

"Nem contamos com eles em nenhuma parte de nenhuma equação para o Irã. Durante uma fase histórica, eles representam perturbações mínimas que entram em cena e aí são eliminadas", acrescentou.

Em 2005, Ahmadinejad chamou Israel de "tumor" e ecoou as palavras do primeiro líder da República Islâmica do Irã, aiatolá Ruhollah Khomeini, ao dizer que o Estado judeu deveria ser eliminado do mapa.

O presidente disse que a polêmica nuclear é um assunto a ser resolvido entre Estados Unidos e Irã por meio de negociações. Os EUA e seus aliados acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares, o que Teerã nega.

"A questão nuclear não é um problema", disse Ahmadinejad. "Mas a abordagem dos Estados Unidos para o Irã é importante. Estamos prontos para o diálogo, para uma resolução fundamental dos problemas, mas sob condições baseadas na justiça e no respeito mútuo. Não estamos esperando que um problema de 33 anos (desde o rompimento de relações) entre os Estados Unidos e Irã seja resolvido de forma acelerada. Mas não há outra forma senão o diálogo."

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEnergiaEnergia nuclearInfraestruturaIrã - PaísIsrael

Mais de Mundo

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido