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Irã enviará navios de guerra ao Atlântico, mais perto dos EUA

Sahand, um destróier recém-construído, será um dos navios de guerra envolvidos na operação

Presidente do Irã, Hassan Rohani: país vê a presença de porta-aviões dos EUA no Golfo Pérsico como um risco de segurança. (Fatemeh Bahrami/Anadolu Agency/Getty Images)

Presidente do Irã, Hassan Rohani: país vê a presença de porta-aviões dos EUA no Golfo Pérsico como um risco de segurança. (Fatemeh Bahrami/Anadolu Agency/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 4 de janeiro de 2019 às 12h18.

LONDRES - A Marinha do Irã enviará navios de guerra ao Atlântico a partir de março, disse um comandante de alta patente nesta sexta-feira, uma vez que a República Islâmica quer estender o alcance operacional de suas forças navais até as proximidades do arqui-inimigo Estados Unidos.

O Irã vê a presença de porta-aviões dos EUA no Golfo Pérsico como um risco de segurança, e sua Marinha vem tentando se contrapor a isso navegando perto de águas norte-americanas.

Uma flotilha partirá para o Atlântico no início do Ano Novo iraniano, que tem início em março, informou o vice-comandante naval do Irã.

"O Oceano Atlântico é longe, e a operação da flotilha naval iraniana pode levar cinco meses", disse o contra-almirante Touraj Hassani, segundo a agência de notícias estatal Irna.

Ele disse que o Sahand, um destróier recém-construído, será um dos navios de guerra envolvidos na operação. Teerã disse que o Sahand está equipado com um heliponto, armas antiaéreas e antinavios, mísseis terra-terra e terra-ar e equipamento para guerra eletrônica.

Em dezembro, Hassani disse que em breve o Irã enviará de duas a três embarcações em uma missão à Venezuela.

Ainda no mês passado uma autoridade militar iraniana de alta patente disse que a Marinha pode navegar no Atlântico perto de águas norte-americanas porque os porta-aviões dos EUA tiveram permissão de circular em águas internacionais próximas do Irã.

A Marinha iraniana ampliou seu alcance nos últimos anos, enviando embarcações ao Oceano Índico e ao Golfo de Áden para proteger navios iranianos de piratas somalis.

"Por meio de sua presença contínua em águas internacionais, as forças navais iranianas almejam implantar as ordens do comandante-chefe das Forças Armadas (o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei), exibir a bandeira da República Islâmica do Irã, frustrar os complôs da 'Irãfobia' e proteger as rotas comerciais", disse Hassani.

Uma guerra de palavras entre Teerã e Washington se agravou desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou seu país de um acordo nuclear de várias potências com o Irã em maio e readotou sanções contra seus setores bancário e energético.

O Irã alertou que, se não puder vender seu petróleo devido às pressões dos EUA, nenhum outro país regional poderá fazê-lo, ameaçando interditar o Estreito de Hormuz, no Golfo Pérsico, por onde passa um terço de todo o petróleo que circula pelos mares do mundo.

Nos últimos anos houve confrontos periódicos entre a Guarda Revolucionária iraniana e militares norte-americanos no Golfo Pérsico, mas o número de incidentes diminuiu em meses recentes.

 

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