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Irã e potências tentam fechar acordo sobre questão nuclear

Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China querem pelo menos a suspensão por dez anos das atividades nucleares mais sensíveis do Irã.

Diplomatas reunidos em Lausanne (Suíça) para negociações sobre o programa nuclear do Irã (Brendan Smialowski/AFP)

Diplomatas reunidos em Lausanne (Suíça) para negociações sobre o programa nuclear do Irã (Brendan Smialowski/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2015 às 16h15.

Lausanne - O Irã e seis potências mundiais tentaram resolver um impasse nas negociações nucleares neste domingo, mas autoridades advertiram que as tentativas de se chegar a um acordo preliminar no prazo de dois dias poderia desmoronar.

Os dois lados exploraram compromissos em áreas que incluem o número de centrífugas usadas para o enriquecimento de urânio que o Irã poderia operar, e o seu trabalho de enriquecimento nuclear voltado para pesquisa médica.

Mas Israel, que se sente especialmente ameaçado pela possibilidade de um Irã armado nuclearmente, disse que os detalhes de um possível acordo vindo das negociações na cidade suíça de Lausanne eram ainda piores do que temia.

As seis potências --Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China -- querem pelo menos a suspensão por dez anos das atividades nucleares mais sensíveis do Irã. Teerã, que nega estar tentando desenvolver sua capacidade para armas nucleares, está exigindo o fim de sanções internacionais que estão atrapalhando a economia do país.

Oficiais advertiram que profundas divergências permaneceram em relação a vários pontos em Lausanne. No entanto, eles disseram que nos últimos dias os dois lados se aproximaram de um acordo preliminar que poderia ser resumido em um documento de muitas páginas que pode ou não ser divulgado.

Várias autoridades disseram à Reuters que Teerã havia indicado uma vontade de diminuir o número de centrífugas que utiliza para pelo menos seis mil, atrasando seu programa, e de enviar a maior parte de seu estoque de urânio enriquecido para ser armazenado na Rússia.

As potências ocidentais, por outro lado, estavam considerando a ideia de permitir que o Irã conduza um trabalho limitado e monitorado de enriquecimento voltado para propósitos médicos, em uma instalação subterrânea, acrescentaram os oficiais sob a condição de permanecerem anônimos.

Originalmente, o Irã insistiu em manter em funcionamento cerca de dez mil centrífugas que utiliza atualmente, mas disse em novembro que Washington indicou que poderia aceitar em torno de seis mil. Autoridades iranianas afirmam que tentaram cerca de 6.500 a sete mil.

Todas as partes de um acordo nuclear são interligadas. “Tudo ainda pode fracassar”, disse um oficial à Reuters, acrescentando que as negociações podem se arrastar até terça-feira, prazo autoimposto para se chegar a um acordo.

Abbas Arachi, vice-ministro do Exterior do Irã, também afirmou que resultado era incerto. “Todos os lados estão trabalhando duro para resolver as questões restantes, mas ainda há um longo caminho a seguir”, disse ele aos repórteres.

O ponto principal de discórdia é o pedido do Irã para continuar com sua pesquisa a respeito de uma nova geração de centrífugas avançadas. Tais máquinas podem purificar urânio mais rápido e em maior quantidade para o uso em usinas nucleares, ou se altamente enriquecido, em armas.

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