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Irã e potências concluem acordo, anuncia fonte diplomática

O objetivo do acordo é assegurar que o programa nuclear iraniano tem um caráter não militar, em troca da retirada das sanções internacionais


	Ministros europeus, russos e iranianos tiram foto para celebrar acordo qie regulariza programa nuclear civil em Teerã
 (REUTERS/Leonhard Foeger)

Ministros europeus, russos e iranianos tiram foto para celebrar acordo qie regulariza programa nuclear civil em Teerã (REUTERS/Leonhard Foeger)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2015 às 06h47.

O Irã e as grandes potências potências conseguiram concluir nesta terça-feira um acordo histórico em Viena sobre o programa nuclear iraniano, anunciou à AFP uma fonte diplomática próxima às negociações.

"O acordo está concluído", afirmou a fonte à AFP, ao fim de 21 meses de negociações e uma etapa final de 17 dias de intensas discussões em Viena para encerrar um tema que abala as relações internacionais há 12 anos.

Uma reunião "plenária final" está prevista para as 10H30 (5H30 de Brasília) na sede da ONU em Viena, seguida por uma entrevista coletiva.

Os chefes da diplomacia do Irã e do grupo 5+1 (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha) negociavam há 17 dias no palácio de Coburg da capital austríaca.

O objetivo do acordo é assegurar que o programa nuclear iraniano tem um caráter não militar, em troca da retirada das sanções internacionais que asfixiam a economia do país.

O texto, que autoriza Teerã a prosseguir com o programa nuclear civil, abre o caminho para uma normalização da presença do Irã no cenário internacional.

Na segunda-feira à meia-noite (hora local), a atividade diplomática era intensa. Os ministros das grandes potências participaram de uma reunião plenária, logo depois de uma conversa entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov. No momento ainda existiam "pontos de divergência", segundo o porta-voz do presidente americano Barack Obama.

Há dois dias, os participantes afirmavam que o texto estava praticamente concluído, mas que ainda era necessário adotar "decisões políticas" para resolver dois ou três pontos de desacordo.

Enquanto americanos e iranianos se mostravam dispostos a prosseguir com as negociações pelo tempo necessário, Pequim pediu na segunda-feira o fim das tergiversações.

"Não há acordo perfeito", lembrou o chanceler chinês, Wang Yi, acrescentando que "as condições já estão dadas para alcançar um bom acordo".

"Não pode e não devem acontecer novos atrasos", completou.

Caso o acordo seja confirmado oficialmente, será anunciado vários dias após o prazo estabelecido: previsto inicialmente para 30 de junho, a data limite foi prorrogada em várias ocasiões, em função da importância do que estava em jogo.

Como um sinal de que o fim das discussões estaria próximo, o ministro iraniano do Interior pediu que as autoridades locais preparem um cenário de comemoração nas ruas. A população, que elegeu o presidente Hassan Rohani em 2013 com a promessa de conseguir a suspensão das sanções, espera uma melhora de suas condições de vida, caso um acordo seja assinado.

Essa rodada de negociações internacionais é uma das mais longas, em nível ministerial e em apenas um lugar, depois da que levou aos acordos de Dayton (EUA) após a guerra da Bósnia-Herzegovina em 1995.

Em abril, os negociadores entraram em acordo em Lausanne (Suíça) sobre as linhas gerais de um texto, que incluía a diminuição do número de centrífugas e das reservas de urânio enriquecido de Teerã. Na prática, isso impossibilita a fabricação de uma bomba atômica em curto prazo.

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