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Irã e França dizem ter virado a página após sanções

O presidente iraniano destacou que seu país necessita de investimento em áreas como energia, agricultura, transporte e aeronáutica


	Hassan Rohani: "Esqueçamos os rancores. Estamos prontos para virar a página para uma nova relação entre os dois países"
 (AFP)

Hassan Rohani: "Esqueçamos os rancores. Estamos prontos para virar a página para uma nova relação entre os dois países" (AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2016 às 08h35.

Paris - O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, e o presidente iraniano, Hassan Rohani, lideraram nesta quinta-feira um importante fórum empresarial para impulsionar as oportunidades de negócio no Irã e manifestar a intenção de ambos de "virar a página" após o levantamento das sanções por seu programa atômico.

"Esqueçamos os rancores. Estamos prontos para virar a página para uma nova relação entre os dois países, e a vontade política é a âncora principal entre ambos", disse Rohani na abertura desse encontro na sede da patronal francesa Medef em Paris.

O presidente iraniano, acompanhado de seis ministros, destacou que seu país necessita de investimento em áreas como energia, agricultura, transporte e aeronáutica, e pediu que seja aproveitada a "atmosfera positiva" criada com o levantamento das sanções como impulso.

Sua viagem à França, iniciada ontem, é a primeira de um chefe de Estado iraniano em 17 anos.

Rohani admitiu que desde a imposição das sanções internacionais em 2006 seu país atravessou uma "situação complicada", na qual apesar tudo avançou "passo a passo, de forma pausada, mas sólida", e superou "problemas econômicos muito complexos", como uma forte inflação, para poder aumentar sua competitividade.

"A imposição de sanções nunca teve êxito na história. Prejudica as duas partes", destacou em seu breve discurso perante destacados dirigentes empresariais de um e outro país.

As autoridades francesas lembram que, como consequência dessas sanções, as importações francesas procedentes do Irã passaram de 2,5 milhões de euros em 2006 a apenas 61 milhões de euros em 2014.

Valls, por sua parte, deixou clara a disponibilidade da França e de suas empresas para responder às necessidades iranianas, e ressaltou que seu país acolheu "com total satisfação" a entrada em vigor em 16 de janeiro do acordo nuclear multilateral com o Irã.

Exemplo disso foi o acordo que o grupo PSA assinou hoje para retomar a cooperação com seu antigo parceiro no Irã antes do embargo, Khodro, que suporá a criação de uma empresa comum que investirá 400 milhões de euros nos próximos cinco anos e fabricará localmente carros Peugeot.

A reunião no Medef se traduziu na assinatura de outros dois pactos de cooperação: um em transporte sustentável e outro entre a empresa pública de trens SNCF e sua colega iraniana.

Tudo faz prever que após o encontro de Rohani com o presidente francês, François Hollande, seja anunciado um grande pedido para Airbus pelo Irã de 114 aviões, com os quais pretende renovar a maltratada frota da "Iran Air", muito castigada pelas sanções.

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