Hassan Rohani: "Infelizmente, não se permitiu à assistência médica iraniana chegar a Gaza" (AFP/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2014 às 10h24.
Teerã - O presidente do Irã, Hassan Rohani, declarou que não está sendo permitida a entrada à missão médica que o Irã enviou à Faixa de Gaza, informaram nesta quarta-feira veículos de imprensa do país.
"Infelizmente, não se permitiu à assistência médica iraniana chegar a Gaza", disse Rohani em um encontro com atletas iranianos ontem à noite em Teerã, no qual não precisou se são as autoridades israelenses ou as egípcias que atrapalham o fornecimento.
Rohani reiterou o oferecimento da República Islâmica de atender nos hospitais do país aos feridos na ofensiva israelense, que matou 651 palestinos e feriu 4.600 - na grande maioria civis - em 16 dias.
Também 31 israelenses - 29 deles militares - morreram nos enfrentamentos com milicianos palestinos ou pelos foguetes lançados desde a faixa contra território israelense.
O presidente iraniano denunciou que Israel "está invadindo Gaza com todo tipo de armas por terra, mar e ar, e matando crianças, mulheres e idosos" e mostrou sua esperança que "os oprimidos palestinos sejam vitoriosos em sua luta desigual" contra os "invasores".
O porta-voz da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do parlamento iraniano, Hossein Naqavi Hosseini, anunciou ontem que seis deputados iranianos viajarão em breve a Gaza para manifestar o apoio de Teerã ao povo palestino e levar ajuda humanitária.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Yavad Zarif, denunciou que o "regime sionista leva mais de duas semanas ignorando os princípios humanitários e as leis internacionais e direitos humanos utilizando as armas mais avançadas e invadindo Gaza", informou a agência de notícias nacional iraniana "Irna".
Além disso, lembrou à comunidade e organismos internacionais que a responsabilidade está sobre seus ombros, especialmente sobre o Conselho de Segurança da ONU e o Alto Comissariado para os Direitos Humanos.
O Irã é um dos principais valedores da organização islamita Hamas, que governa Gaza, e durante anos a financiou e forneceu ajuda e treino militar.
No entanto, ambos sofreram um sério afastamento nos últimos anos por sua diferença de posições em relação ao conflito sírio, no qual o Hamas decidiu não apoiar o presidente Bashar al Assad e fechar sua sede política em Damasco.