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Irã diz estar aberto a conversações diretas com EUA

Os esforços diplomáticos para resolver a disputa sobre o programa nuclear têm permanecido em impasse há anos


	O novo secretário de Estado, John Kerry, afirmou que vai dar à diplomacia todas as chances de resolver o impasse com o Irã
 (Johannes Eisele/AFP)

O novo secretário de Estado, John Kerry, afirmou que vai dar à diplomacia todas as chances de resolver o impasse com o Irã (Johannes Eisele/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2013 às 16h51.

MUNIQUE - O Irã anunciou neste domingo que está aberto a uma proposta dos Estados Unidos de conversações diretas sobre seu programa nuclear e que seis potências mundiais sugeriram uma nova rodada de negociações nucleares neste mês, mas sem se comprometer com alguma proposta.

Os esforços diplomáticos para resolver a disputa sobre o programa nuclear -- que o governo iraniano diz ser pacífico, mas o Ocidente suspeita que se destina a dar ao país a capacidade de fabricar uma bomba nuclear -- têm permanecido em impasse há anos, ao mesmo tempo em que o Irã continua a anunciar avanços em seu programa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Akbar Salehi, considerou "um passo à frente" a sugestão feita no sábado pelo vice-presidente dos EUA, Joe Biden, de que o governo norte-americano está pronto para conversações diretas com o Irã se os iranianos estiverem falando sério sobre as negociações.

"Nós recebemos essas declarações de modo positivo. Acho que este é um passo à frente mas ... mas todas as vezes que viemos e negociamos, foi o outro lado, infelizmente, que não manteve ... o seu compromisso", disse Salehi, na Conferência de Segurança de Munique, na qual Biden se pronunciou no dia anterior.

Em declarações à emissora de TV iraniana que transmite em inglês, Salehi também se queixou de "sinais contraditórios", apontando para a retórica dos EUA de "manter todas as opções sobre a mesa", usada por autoridades norte-americanas para indicar que eles estão dispostos a usar a força para impedir que o Irã consiga fabricar uma arma nuclear.


"Isso não combina com esse gesto (de negociações), por isso vamos ter de esperar um pouco mais e ver se eles são realmente dignos de crédito desta vez", declarou Salehi.

O Irã é alvo de duras sanções. Israel também deixou claro que pode atacar o país se as sanções e a diplomacia internacional não impedirem o avanço nuclear iraniano.

Em Washington, o general do Exército Martin Dempsey, o oficial no posto mais elevado na hierarquia militar dos EUA, disse em uma entrevista transmitida neste domingo que os Estados Unidos têm a capacidade de impedir qualquer esforço iraniano para fabricar armas nucleares, mas as "intenções iranianas têm que ser influenciadas por outros meios".

Dempsey fez os comentários num programa da TV NBC, tendo ao lado o secretário de Defesa, Leon Panetta, que está deixando o cargo.

Panetta afirmou que informações do setor de inteligência dos EUA indicam que os líderes iranianos ainda não tomaram uma decisão quanto a prosseguir com o desenvolvimento de uma arma nuclear.

"Mas tudo indica é que eles querem continuar a aumentar a sua capacidade nuclear", disse Panetta. "E isso é uma preocupação. E é isso que nós estamos lhes pedindo para parar de fazer." O novo secretário de Estado, John Kerry, afirmou que vai dar à diplomacia todas as chances de resolver o impasse com o Irã.

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