local onde duas explosões consecutivas atingiram uma multidão que comemorava o aniversário da morte do general da Guarda Qasem Soleimani em 2020, perto da Mesquita Saheb al-Zaman na cidade do sul do Irã, Kerman - Crédito: Sare Tajalli / ISNA / AFP (Sare Tajalli / ISNA / AFP/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 5 de janeiro de 2024 às 16h59.
As forças de segurança do Irã prenderam 11 pessoas suspeitas de ligações com o atentado em Kerman, no sul do país, que deixou ao menos 89 mortos e 280 feridos na quarta-feira, 3, informou o Ministério da Inteligência em um comunicado divulgado pela televisão estatal nesta sexta-feira. Também foram apreendidos explosivos no local onde elas estavam.
O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou na quinta-feira, 4, a autoria das duas explosões que ocorreram na véspera durante uma procissão em homenagem ao general Qassem Soleimani, morto pelos Estados Unidos em 2020. Nesta sexta, o Ministério da Inteligência disse que um dos homens-bomba era um cidadão tajique, enquanto a identidade do outro ainda não foi determinada.
"Nove outros membros da rede de apoio do grupo terrorista e seus associados foram identificados e presos em seis províncias", informou.
As forças de segurança também prenderam duas pessoas sob suspeita de terem colocado os homens-bomba nos subúrbios de Kerman, acrescentou a Pasta. Munição, coletes de explosivos e dispositivos de controle remoto foram encontrados no local onde eles estavam.
Ao mesmo tempo, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, viajou para Kerman, onde participou do funeral das quase 90 pessoas mortas no atentado. As vítimas fatais incluem muitas mulheres e crianças, bem como pelo menos uma dúzia de afegãos, informou a televisão estatal.
"Nós os encontraremos onde quer que estejam", disse o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, na cerimônia fúnebre, dirigindo-se aos cúmplices dos homens-bomba. Já o presidente, também prometeu vingar os assassinatos, acrescentando que "a hora e o local serão determinados por nossas forças".
O funeral foi realizado nesta sexta na mesquita Emam Ali, onde multidões se reuniram em frente a dezenas de caixões envoltos na bandeira iraniana, informou a mídia estatal. Os fiéis agitaram a flâmula nacional e a amarela do Hezbollah, aliado libanês do Irã, ao lado de retratos de Soleimani.
Durante sua visita, Raisi prestou homenagem ao túmulo de Soleimani, segundo a televisão estatal. Ele também elogiou o grupo islâmico palestino Hamas por seus ataques mortais a Israel em 7 de outubro, que desencadearam uma ofensiva retaliatória devastadora contra a Faixa de Gaza.
"Sabemos que a Operação al-Aqsa Flood trará o fim do regime sionista", declarou, usando o nome do Hamas para a guerra, que agora se aproxima de seu terceiro mês
Em uma declaração publicada na quinta-feira no Telegram, o grupo Estado Islâmico chamou o atentado de "dupla operação de martírio" e descreveu como dois de seus membros detonaram seus coletes explosivos no meio de "uma grande multidão de apóstatas perto do túmulo do líder hipócrita", referindo-se ao general Soleimani.
Inimigo ferrenho do grupo jihadista, Soleimani chefiou o braço de operações estrangeiras da Guarda Revolucionária, a força de elite Quds, supervisionando as operações militares iranianas em todo o Oriente Médio. Ele era muito respeitado no Irã por seu papel na derrota do EI no Iraque e na Síria.
Apesar da reivindicação do EI, as autoridades continuaram a acusar os arquiinimigos do Irã, Israel e os Estados Unidos, de cumplicidade no ataque. Segundo Salami, o EI "desapareceu hoje em dia" e seus jihadistas remanescentes "atuam apenas como mercenários" para os interesses dos EUA e de Israel.
Os Estados Unidos rejeitaram qualquer sugestão de que eles ou seu aliado Israel estivessem por trás dos atentados, enquanto Israel não fez comentários. Nesta sexta-feira, foram realizados comícios nas principais cidades do Irã, incluindo Teerã, Tabriz, Ahvaz e Bandar Abbas, "para condenar o ataque terrorista", informou a mídia estatal.