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Irã destruirá acordo nuclear se EUA rasgarem tratado, diz líder

Declarações de Ali Khamenei vieram após uma ameaça feita pelo presidente norte-americano, Donald Trump, de abandonar o acordo nuclear

Ali Khamenei: líder iraniano advertiu que se os Estados Unidos rasgarem o acordo, "o Irã vai destruí-lo" (AFP/AFP)

Ali Khamenei: líder iraniano advertiu que se os Estados Unidos rasgarem o acordo, "o Irã vai destruí-lo" (AFP/AFP)

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EFE

Publicado em 18 de outubro de 2017 às 08h30.

Última atualização em 18 de outubro de 2017 às 10h23.

Teerã - O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, ameaçou nesta quarta-feira "destruir" o acordo nuclear assinado entre o Irã e seis grandes potências se a outra parte o romper, e criticou que a posição da Europa a respeito não é suficientemente firme.

"Não romperemos o pacto antes que o faça a outra parte, mas, se romperem o JCPOA (Plano Integral de Ação Conjunta, nome formal do acordo nuclear), nós o destruiremos", declarou o líder supremo em um discurso publicado em seu site oficial.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou na sexta-feira passada abandonar o acordo multilateral se não forem corrigidos os seus "defeitos", por meio de uma negociação internacional ou uma lei do Congresso americano.

O pacto, assinado em julho de 2015 entre o Irã e o Grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), limita o programa atômico de Teerã em troca de uma suspensão das sanções internacionais.

Estas palavras de Trump foram qualificadas como "sandices" por Khamenei, que, além de criticar os EUA, fez o mesmo contra a Europa, cuja defesa do acordo nuclear indicou que "simplesmente não é suficiente".

"Primeiro, a Europa deve opor-se aos movimentos dos Estados Unidos e, segundo, deve evitar intrometer-se nos nossos assuntos defensivos", comentou.

O líder iraniano salientou que "não é assunto" da Europa ou de outros países a atividade do Irã na região do Oriente Médio ou seus programas de mísseis.

Sobre a influência regional do Irã, Khamenei assegurou também que os EUA "estão furiosos porque a República Islâmica pôde frustrar seus complôs no Iraque, no Líbano e na Síria".

Em seu discurso perante acadêmicos iranianos, acusou os EUA de serem "um agente do sionismo internacional e criador do Daesh (acrônimo em árabe do grupo terrorista Estado Islâmico)".

Desta forma, Khamenei reagiu à decisão de sexta-feira de Trump de autorizar o Departamento do Tesouro a sancionar os Guardiões da Revolução do Irã por financiar atividades terroristas no exterior.

Os Guardiões da Revolução respaldaram nos últimos anos com assessores militares os regimes da Síria e do Iraque na sua luta contra o terrorismo, e, além disso, apoiam o grupo xiita libanês Hezbollah.

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