Agência de Notícias
Publicado em 13 de agosto de 2025 às 13h29.
O Irã afirmou nesta quarta-feira, 13, que as sanções unilaterais dos Estados Unidos e seus aliados devem ser reconhecidas como "crimes contra a humanidade", e pediu esforços conjuntos de países sancionados para forjar "uma resposta unificada". O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, fez a declaração após citar um novo estudo da revista médica britânica "The Lancet", que, segundo ele, demonstra a letalidade dessas medidas coercitivas.
"É hora de que as sanções desumanas impostas pelos Estados Unidos e seus cúmplices sejam reconhecidas como crimes contra a humanidade", escreveu Araqchi na rede social X. Ele pediu aos países alvos de sanções que coordenem esforços para forjar "uma resposta unificada e coletiva" contra o que considera ser um "mecanismo de pressão política" que atenta contra os direitos humanos.
Western regimes have long claimed that sanctions are a bloodless alternative to war.
Reality check: New study by @TheLancet says unilateral sanctions, particularly by the US, may be as lethal as war. 500+k lives claimed annually since 1970s, mostly children and the elderly.… pic.twitter.com/02tIQiAFA5
— Seyed Abbas Araghchi (@araghchi) August 13, 2025
O chefe da diplomacia iraniana disse que a pesquisa da "The Lancet" indica que, desde a década de 1970, cerca de 500 mil pessoas, em sua maioria crianças e idosos, perdem a vida anualmente como consequência das sanções. Ele ressaltou que os regimes ocidentais alegam que as sanções são uma alternativa sem mortes à guerra, mas Araqchi denunciou:
"A realidade é que as sanções podem ser tão letais quanto a guerra."
O Irã está submetido a sanções por parte dos EUA desde a tomada da embaixada americana e o sequestro de seus diplomatas, após a Revolução Islâmica de 1979. Diante disso, Washington congelou ativos iranianos e proibiu o comércio bilateral.
As restrições se endureceram ao longo das décadas, especialmente devido ao programa nuclear iraniano, com embargos ao setor petrolífero e financeiro não só por parte dos EUA, mas também com sanções aprovadas pela ONU.
Em 2015, a assinatura do acordo nuclear entre Irã e as potências mundiais levou ao levantamento parcial das sanções. No entanto, em 2018, os EUA se retiraram do pacto nuclear e retomaram as severas sanções econômicas sob a estratégia de "máxima pressão", o que afetou gravemente a economia iraniana e seu acesso a bens essenciais.
Os países europeus deram um ultimato: se não houver um acordo com o Ocidente sobre o programa atômico do Irã, irão ativar no final de agosto o mecanismo que restabelece automaticamente as sanções internacionais contra Teerã.