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Irã cometeu um erro muito grande, diz Trump sobre derrubada de drone

Presidente norte-americano, quando perguntado se os EUA irão retaliar, disse a repórteres: "Vocês descobrirão em breve"

Donald Trump: presidente tuitou que o Irã "cometeu um erro muito grande" (Carlos Barria/File Photo/Reuters)

Donald Trump: presidente tuitou que o Irã "cometeu um erro muito grande" (Carlos Barria/File Photo/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de junho de 2019 às 13h51.

Última atualização em 20 de junho de 2019 às 14h07.

Washington - Nesta quinta-feira (20), o Irã anunciou a derrubada de "um drone espião americano" que teria violado o seu espaço aéreo, advertindo que suas fronteiras constituem uma "linha vermelha", em um contexto de tensão crescente no Golfo, que faz temer a explosão de um conflito aberto entre os Estados Unidos e a república islâmica.

Ao ser indagado se os EUA irão atacar o Irã em retaliação à derrubada, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse a repórteres: "Vocês descobrirão em breve."

Pouco tempo depois da confirmação da derrubada do drone pelo Pentágono, Trump tuitou que o Irã "cometeu um erro muito grande".

A queda do drone

O drone, um modelo Global Hawk da fabricante americana Northrop Grumman, foi derrubado às 4h05 locais no sul do Irã, segundo um comunicado dos Guardiões da Revolução, exército ideológico iraniano.

Washington confirmou a derrubada, mas negou que tenha violado o espaço aéreo iraniano. "Trata-se de um ataque injustificado a um aparelho de vigilância americano no espaço aéreo internacional", denunciou Bill Urban, porta-voz da Marinha americana no Pentágono.

Segundo os Guardiões, o drone decolou a 0h14 de uma base americana "na costa sul do Golfo Pérsico, apagou todos os seus dispositivos de reconhecimento" após passar pelo Estreito de Ormuz, e se dirigiu para o leste, em direção ao porto iraniano de Chabahar.

De acordo com a fonte, o drone foi derrubado quando retornava de sua missão, após ingressar no espaço aéreo iraniano.

"A violação das fronteiras iranianas é a linha vermelha que não deve ser ultrapassada", alertou o general de divisão Hosein Salami, comandante em chefe dos Guardiões. "Nossa reação é e será categórica e absoluta", enfatizou.

"Protestamos contra todas as ações provocativas que atentem contra a integridade territorial do nosso país", disse o porta-voz da chancelaria iraniana, Abas Musavi, advertindo que "a responsabilidade pelas eventuais consequências destas ações cabe exclusivamente aos agressores".

A imprensa iraniana não divulgou nenhuma imagem do aparelho destruído.

Tensão aprofundada

O incidente acontece em um contexto de aprofundamento da tensão entre Irã e Estados Unidos. As forças armadas americanas intensificaram ontem suas acusações contra o Irã, que responsabilizam pelo ataque a dois navios petroleiros registrado na semana passada no Mar de Omã.

O Irã negou envolvimento no ataque e insinuou que o mesmo poderia se tratar de uma armação dos Estados Unidos para justificar o uso da força contra o seu país.

A escalada recente da tensão no Golfo faz temer um conflito naquela região. A situação se agravou quando Trump decidiu, em maio de 2018, retirar os Estados Unidos do acordo nuclear assinado com o Irã em 2015 e restabelecer duras sanções contra Teerã, privando-a dos benefícios econômicos esperados deste pacto internacional.

A tensão aumentou ainda mais com os ataques de origem desconhecida contra dois navios petroleiros no Mar de Omã, semelhantes aos atos de sabotagem que destruíram, um mês antes, outras quatro embarcações na entrada do Golfo, pelos quais Washington também responsabilizou o Irã.

Na terça-feira (18), Mike Pompeo, secretário dos Estado Unidos, afirmou que Trump "não quer guerra com o Irã".

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