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Irã chama EUA de "país que patrocina o terrorismo"

Declaração seria resposta ao "ato ilegal e delirante" de Washington de designar a Guarda Revolucionária do Irã como uma organização terrorista

Irã: país respondeu a declaração americana sobre terrorismo (Matthew Ashton/Reuters)

Irã: país respondeu a declaração americana sobre terrorismo (Matthew Ashton/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de abril de 2019 às 14h58.

Última atualização em 14 de abril de 2019 às 11h31.

O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã declarou nesta segunda-feira que os Estados Unidos são "um país que patrocina o terrorismo" e que forças americanas na região são "grupos terroristas", informou a mídia estatal.

Em um comunicado divulgado pela agência oficial de notícias IRNA, o conselho informa que a declaração é uma resposta ao "ato ilegal e delirante " de Washington de designar a Guarda Revolucionária do Irã como uma organização terrorista.

Anteriormente, o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, pediu a seu país que descrevesse como "terroristas" as forças dos Estados Unidos que operam no Oriente Médio, na Ásia Central e no Chifre da África.

Zarif também escreveu uma carta ao presidente iraniano, Hasan Rohani, pedindo a ele para responder à decisão dos Estados Unidos de incluir a Guarda Revolucionária Iraniana na "lista de organizações terroristas estrangeiras" desenvolvida pelo Departamento de Estado.

Os Estados Unidos incluíram oficialmente o corpo militar de elite do Irã, a Guarda Revolucionária Islâmica, em sua lista de organizações terroristas estrangeiras, conforme anunciou o presidente Donald Trump nesta segunda-feira.

É a primeira vez que uma organização "que faz parte de um governo estrangeiro" é designada dessa forma, afirmou em comunicado o presidente americano, afirmando que essa medida aumentará a "pressão" contra Teerã.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, por sua vez, alertou todos os bancos e empresas sobre as consequências de negociar com a Guarda Revolucionária.

"Empresas e bancos de todo o mundo agora têm o claro dever de garantir que as empresas com as quais realizam transações financeiras não sejam conduzidas com a IRGC de maneira relevante", disse ele aos repórteres, usando a sigla para o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reagiu elogiando a decisão de Washington.

"Agradeço ao meu querido amigo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por decidir colocar a Guarda Revolucionária Iraniana na lista de organizações terroristas", escreveu Netanyahu no Twitter. "Obrigado por responder a outra importante demanda minha, que atende aos interesses de nossos países e dos países da região", acrescentou.

O Irã é o principal inimigo de Israel e Netanyahu se opôs fortemente ao acordo nuclear de 2015 entre Teerã e as potências mundiais.

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