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Irã apoia plano de saída da crise proposto por Assad

O presidente sírio pediu no domingo um diálogo nacional para colocar fim ao conflito que atinge o país há 21 meses, proposta rejeitada imediatamente pela oposição


	Ali Akbar Salehi: "o plano rejeita a violência, o terrorismo e as ingerências estrangeiras, e propõe um processo político global", defendeu o iraniano
 (Atta Kenare/AFP)

Ali Akbar Salehi: "o plano rejeita a violência, o terrorismo e as ingerências estrangeiras, e propõe um processo político global", defendeu o iraniano (Atta Kenare/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 08h38.

Teerã - O Irã, principal aliado do regime de Damasco, apoiou nesta segunda-feira o plano proposto pelo presidente sírio Bashar Al Assad para por fim à guerra civil na Síria.

"A República Islâmica apoia a iniciativa do presidente Assad para uma solução global para a crise", declarou o ministro das Relações Exteriores Ali Akbar Salehi, em um comunicado publicado no site do ministério.

"O plano rejeita a violência, o terrorismo e as ingerências estrangeiras, e propõe um processo político global", afirmou Salehi, cujo país apoio o regime Assad desde o início do conflito, em nome da solidariedade dos dois países em sua luta contra Israel.

O ministro iraniano pediu a todos os atores do conflito sírio e à comunidade internacional a "aproveitar a oportunidade" oferecida por este plano para "restabelecer a segurança e a estabilidade na Síria e evitar a extensão da crise à região".

Bashar al-Assad pediu no domingo um diálogo nacional para colocar fim ao conflito que atinge o país há 21 meses, proposta rejeitada imediatamente pela oposição, e acrescentou que não discutirá com aqueles que pegaram em armas contra o regime, durante um discurso transmitido pela rede de TV oficial.

Em seu primeiro discurso público em sete meses, o presidente sírio afirmou que o conflito, que, segundo a ONU, deixou mais de 60.000 mortos, não é travado "entre o poder e a oposição, mas entre a pátria e seus inimigos, o povo e seus assassinos", acrescentando que alguns deles querem a divisão da Síria.


Assad, cujo mandato termina em 2014, afirmou que os países ocidentais "fecharam todas as portas para o diálogo", e rejeitou a ideia de deixar o poder, dizendo que qualquer transição deve ser realizada "de acordo com os termos da Constituição", em referência a eleições.

No sábado, o jornal libanês pró-sírio Al-Akhbar afirmou que Assad apresentaria um plano de saída do conflito no qual estipula que não pode ser candidato nas eleições de 2014.

Ao mesmo tempo em que pediu um diálogo nacional, Assad lamentou ainda não ter encontrado um parceiro para achar uma solução política para o conflito, fazendo alusão à oposição, que se nega a iniciar negociações com o presidente.

No entanto, Assad informou que o diálogo teria início apenas sob certas condições.

"Os países envolvidos devem se comprometer a não seguir financiando as armas, e os homens armados devem deter qualquer operação terrorista. Então, nossas forças cessarão imediatamente as operações militares, mantendo o direito de responder", explicou.

Logo após o discurso, a oposição síria rejeitou a proposta de diálogo nacional do presidente, recusando qualquer iniciativa que signifique manter o regime no poder.

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