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Irã ameaça abandonar acordo caso questão nuclear seja levada à ONU

Chanceler do Irã disse que países europeus recorreram ao mecanismo de resolução de conflitos do acordo nuclear de 2015 com base em "jogos políticos"

Armas nucleares: porta-voz do Irã cogita adotar novas medidas caso os países europeus abandonem o acordo (Rob Stothard/Getty Images)

Armas nucleares: porta-voz do Irã cogita adotar novas medidas caso os países europeus abandonem o acordo (Rob Stothard/Getty Images)

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EFE

Publicado em 20 de janeiro de 2020 às 11h34.

Teerã — O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, alertou nesta segunda-feira que seu país abandonará o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) caso a Europa leve a questão nuclear ao Conselho de Segurança da ONU.

"Se os europeus continuarem com seu comportamento inadequado ou se enviarem o arquivo do Irã ao Conselho de Segurança, nos retiraremos do TNP", disse Zarif, citado pela agência oficial "Irna".

O chanceler iraniano denunciou que os europeus estão adotando medidas como recorrer ao mecanismo de resolução de conflitos do acordo nuclear de 2015 com base em "jogos políticos".

"Não há nenhuma base legal e temos várias opções", disse Zarif, reiterando que o Irã pode voltar a cumprir seus compromissos nucleares se os europeus fizerem o mesmo com suas obrigações.

O ministro explicou que seu país não dará mais um passo para reduzir seus compromissos nucleares, mas projetou "um novo e mais eficaz passo antes de abandonar o TNP" se os europeus não cumprirem suas responsabilidades.

Zarif não entrou em detalhes sobre essa nova etapa, mas o presidente do Parlamento iraniano, Ali Lariyani, disse ontem que uma opção é parar de cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).

No último dia 5, Teerã anunciou ter deixado de cumprir na prática as limitações impostas ao seu programa atômico, incluindo os níveis de enriquecimento de urânio, na quinta e última etapa de sua redução gradual na implementação de suas obrigações.

Alemanha, França e Reino Unido, os três países europeus signatários do pacto nuclear, ativaram o mecanismo de solução de controvérsias na semana passada, que deve solucionar em menos de 35 dias as reclamações apresentadas, alegando que é inaceitável que o Irã não cumpra com seus compromissos nucleares.

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