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Irã adverte sobre consequências de ruptura do pacto pelos EUA

O acordo limita e supervisiona o programa atômico de Teerã em troca da revogação das sanções internacionais

Irã: o vice-ministro das Relações Exteriores afirmou que o Irã está preparado para "todos os possíveis cenários" (Getty Images/Getty Images)

Irã: o vice-ministro das Relações Exteriores afirmou que o Irã está preparado para "todos os possíveis cenários" (Getty Images/Getty Images)

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EFE

Publicado em 8 de janeiro de 2018 às 17h44.

Teerã - As autoridades iranianas advertiram nesta segunda-feira sobre as consequências de uma eventual ruptura por parte dos Estados Unidos do acordo nuclear assinado em julho de 2015 com o Grupo 5+1, o que poderia levar o Irá a revisar sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

"Se os Estados Unidos não cumprirem seus compromissos com o JCPOA (sigla em inglês que corresponde ao nome técnico do pacto nuclear), a República Islâmica do Irã tomará decisões que podem afetar sua atual cooperação com a AIEA", disse o chefe da Agência Iraniana de Energia Atômica, Ali Akbar Salehi.

Salehi se expressou assim em uma conversa por telefone com o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, segundo a imprensa oficial iraniana, diante da iminente decisão sobre o tema que será anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Trump deve decidir neste mês se renova a suspensão de sanções impostas ao Irã contemplada no pacto nuclear, após ameaçar em outubro do ano passado abandoná-lo se este não for modificado.

O acordo, assinado entre o Irã e o Grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), limita e supervisiona o programa atômico de Teerã em troca da revogação das sanções internacionais.

Sobre o iminente anúncio de Trump, o vice-ministro das Relações Exteriores e negociador nuclear, Abbas Aragchi, afirmou que o Irã está preparado para "todos os possíveis cenários".

"Os EUA tentaram destruir o JCPOA no ano passado e podem destruí-lo nos próximos dias; o mundo deve estar preparado para isso", disse Aragchi, que alertou que o fim do acordo prejudicará a região.

O vice-ministro também pediu à Europa que tome "algumas medidas especiais para alentar empresas e bancos europeus a cooperarem com o Irã" se quiserem manter o pacto de pé.

Está previsto que o chanceler, Mohammad Javad Zarif, viaje a Bruxelas nos próximos dias para abordar este assunto com a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e com seus homólogos de França, Reino Unido e Alemanha.

O Irã insistiu em várias ocasiões que não será o primeiro a violar o acordo nuclear, mas que só permanecerá no mesmo se obtiver benefícios, e também advertiu que, caso o pacto seja rompido, poderia retomar rapidamente seu programa nuclear. 

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