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Irã adverte EUA e ameaça impedir exportação de petróleo do golfo Pérsico

"Que os EUA saibam que não será exportado petróleo do golfo Pérsico se as exportações de petróleo iraniano forem detidas", disse o presidente do Irã

Presidente do Irã: Hassan Rouhani afirmou que, apesar das sanções impostas por Washington, Teerã continuará vendendo seu petróleo (Brendan Mcdermid/ Reuters/Reuters)

Presidente do Irã: Hassan Rouhani afirmou que, apesar das sanções impostas por Washington, Teerã continuará vendendo seu petróleo (Brendan Mcdermid/ Reuters/Reuters)

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EFE

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 11h07.

Teerã, - O presidente do Irã, Hassan Rohani, advertiu nesta terça-feira novamente os Estados Unidos que se caso a venda de petróleo iraniano seja reprimida, seu país impedirá a exportação desse produto do golfo Pérsico.

"Que os EUA saibam que não será exportado petróleo do golfo Pérsico se as exportações de petróleo iraniano forem detidas", disse Rohani em discurso na cidade de Shahrud, publicado no site da Presidência do Irã.

O líder iraniano também afirmou que, apesar das sanções impostas por Washington, Teerã continuará vendendo seu petróleo. "Os EUA não são capazes de cortar as exportações de petróleo do Irã", ressaltou.

No último ano, tanto Rohani como altos comandantes militares ameaçaram em várias ocasiões interromper os embarques de petróleo dos países do Golfo no estreito de Ormuz, entre o Irã e Omã, pelo qual circula aproximadamente 20% do petróleo do mundo.

Em seu pronunciamento de hoje, o presidente também denunciou que os EUA procuram debilitar os laços do Irã com o mundo promovendo "a iranofobia", mas "não podem romper essas relações comerciais" com a Europa nem com os países vizinhos e asiáticos.

"Hoje, mais do que nunca, temos laços estreitos com os países vizinhos, inclusive Turquia e Iraque, Paquistão, Afeganistão, Omã, Catar, Kuwait, Azerbaijão e Armênia, e os teremos no futuro", afirmou.

"Por que os EUA hoje estão zangados com a população do Irã?", perguntou Rohani, para responder em seguida: "Um Irã poderoso é intolerável para os americanos e os sionistas (Israel)".

Em maio deste ano, o presidente americano, Donald Trump, retirou os EUA do pacto nuclear firmado em 2015 entre o Irã e seis países e reimpôs sanções contra Teerã.

A segunda rodada de sanções, que entrou em vigor em novembro, proíbe a compra de petróleo iraniano, embora Washington tenha eximido temporariamente oito países (China, Índia, Itália, Grécia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Turquia) dessas restrições.

As exportações petrolíferas do Irã superaram os 2,5 milhões de barris diários nos primeiros seis meses de 2018; com a chegada das sanções, caíram em 800 mil barris e, agora, estão se recuperando.

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