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Iowa pode mudar o resultado da eleição nos EUA? Entenda

Pesquisa apontou Kamala à frente de Trump em estado onde republicano era considerado favorito

Kamala Harris, candidata à Presidência dos EUA, durante comício em Michigan (Scott Olson/AFP)

Kamala Harris, candidata à Presidência dos EUA, durante comício em Michigan (Scott Olson/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 4 de novembro de 2024 às 14h07.

Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 14h41.

No sábado, 2, uma pesquisa no estado de Iowa mostrou Kamala Harris três pontos à frente de Donald Trump. O resultado surpreendeu porque Iowa era considerado um estado onde Trump já teria vitória garantida, e o avanço da democrata pode indicar mais mudanças em outros estados.

O estudo foi feito pelo jornal Des Moines Register e pelo instituto Selzer. Ao ouvir 808 eleitores entre os dias 28 e 31 de outubro, a pesquisa apontou que Kamala tem 47% de preferência, contra 44% de Trump.

A diferença está dentro da margem de erro, de três pontos percentuais. Mesmo sem considerar a margem de erro, o estudo mostra um avanço da democrata. Em setembro, Trump tinha quatro pontos de vantagem.

“Essa é uma pesquisa que surpreende bastante. Não somente pelo resultado que coloca Iowa em disputa a essa altura mas pela tradição que essa publicação tem naquele estado”, diz Mauricio Moura, professor da Universidade George Washington e analista do programa O Caminho para a Casa Branca.

A pesquisa chamou a atenção por mostrar Kamala com mais de 20 pontos de vantagem entre mulheres brancas, além de 19 pontos de vantagem com os eleitores com mais de 65 anos, dois públicos nos quais Trump tinha força.

Outras pesquisas feitas no estado ainda mostram Trump à frente. Um levantamento do Emerson College, nos dias 1 e 2 de novembro, aponta 54% de apoio para Trump e 45% para Kamala.

A campanha de Trump, em memorando interno, questionou a pesquisa do Des Moines e disse que ela não revelou dados sobre a afiliação partidária dos entrevistados e disse que a pesquisa do Emerson College é mais confiavel.

Em uma postagem na rede Truth Social, Trump disse que a pesquisa que o mostrou atrás de Kamala era tendenciosa e que ele estaria muito à frente da rival no estado.

O peso de Iowa

Iowa, um estado no meio-oeste do país, tem 6 dos 538 votos no Colégio Eleitoral, em uma disputa que deverá ser feita voto a voto.

Uma projeção do site 270towin aponta que Kamala teria assegurados ao menos 226 votos no Colégio eleitoral, dos 270 necessários para vencer. Já Trump estaria com 219, ao considerar Iowa como uma provável vitória republicana.

Trump venceu em Iowa em 2016 e 2020, por boas margens, o que fez analistas considerarem o estado como solidamente republicano neste ano. No entanto, Barack Obama venceu ali em 2008 e em 2012.

Há 93 votos considerados em disputa no Colégio Eleitoral, que são a soma dos delegados em jogo nos swing states, os estados decisivos desta eleição, onde não é possível prever quem ganhará neste ano. São eles: Arizona, Nevada, Geórgia, Carolina do Norte, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin.

Quantos delegados cada swing state tem:

Arizona - 11
Nevada - 6
Geórgia - 16
Carolina do Norte - 16
Pensilvânia - 19
Michigan - 15
Wisconsin -10

Assim, caso Kamala vença em Iowa, ela teria mais seis votos, o mesmo que se conquistasse Nevada, um dos estados que mais receberam eventos de campanha dela neste ano.

As pesquisas mostram empate técnico em todos os sete swing states, o que torna praticamente impossível prever o resultado, mesmo a um dia da votação. O modelo de projeção da Economist aponta 50% de chances para cada um vencer.

Como funciona a eleição nos EUA?

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