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Ilan Goldfajn, presidente do BID, durante evento no museu Emilio Goeldi, em Belém (Divulgação)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 11 de novembro de 2025 às 11h04.
Belém - Para Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a COP30 tem dois grandes temas: o financiamento à resiliência climática e a maior contribuição do setor privado nesse tema.
"Um dos grandes temas será nossa capacidade de atrair o setor privado para o financiamento sustentável e para a resiliência", disse Goldfajn, em conversa com a EXAME.
"Tem que continuar fazendo parcerias, inovando e implementando. Esta é a COP da implementação e os bancos multilaterais são os bancos da implementação", prosseguiu.
Goldfajn participou de um evento no Museu Emílio Goeldi, em Belém, na noite de segunda, 10. Em um discurso, ele ressaltou que o programa Amazônia Sempre, do BID, pretende mobilizar US$ 6 bilhões para atuar em várias frentes ambientais.
"Trabalhamos o [combate ao] desmatamento diretamente, mas também a promoção da bioeconomia, que é bem forte aqui, o apoio às pessoas e comunidades e a promoção da conectividae entre as cidades", disse.
"Você tem de dar condições de vida para as pessoas conviverem pacificamente com a floresta", afirmou.
Na sexta-feira passada, 7, o BID anunciou uma parceria que resultará em mais US$ 800 milhões em linhas de crédito para projetos de energia limpa na Amazônia e na América Central.
Os recursos serão obtidos com o Impact Fund Denmark, da Dinamarca, a Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad) e a Agência Sueca de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Sida). As entidades assinaram uma carta de intenções para estabelecer a parceria.
Em 2024, os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMD), como o BID, disponibilizaram US$ 137 bilhões em financiamento climático para adaptação e mitigação e mobilizaram mais US$ 134 bilhões de capital privado.
Deste total, US$ 85 bilhões e US$ 33 bilhões foram direcionados para economias de baixa e média renda. Os BMDs planejam atingir US$ 120 bilhões de suas próprias contas e US$ 65 bilhões em mobilização de capital privado até 2030 para o financiamento climático.
O BID ajudou a reformar partes do Museu Emílio Goeldi, com apoio da embaixada da Suíça no Brasil. Uma das seções renovadas é a Estação Amazônia Sempre, onde foi montada uma exposição interativa sobre a história da floresta.
O Museu Goeldi é um parque e uma reserva ambiental no bairro de São Brás, em Belém. O local recebeu uma série de reuniões do presidente Lula com líderes estrangeiros na semana passada, antes do início da COP30.