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Investigadores de guerra da ONU buscam acesso à Síria

A equipe, liderada pelo brasileiro Paulo Pinheiro, tem reunido provas e testemunhos sobre atrocidades cometidas tanto pelo governo sírio como pelos rebeldes armados

Rebeldes do Exército Livre da Síria treinando em Idlib (Giath Taha/Reuters)

Rebeldes do Exército Livre da Síria treinando em Idlib (Giath Taha/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2012 às 07h06.

Genebra - Investigadores de crimes da guerra da ONU disseram nesta quinta-feira que pediram um encontro com o presidente sírio, Bashar al-Assad, para solicitar acesso ao país para a equipe, que está impedida de entrar na Síria desde que foi formada, há um ano.

A equipe, liderada pelo brasileiro Paulo Pinheiro, tem reunido provas e testemunhos sobre atrocidades cometidas tanto pelas forças do governo sírio como pelos rebeldes armados, que travam um conflito violento há 19 meses.

"Decidimos enviar uma carta ao presidente al-Assad solicitando uma reunião... seria muito importante que ele pudesse nos receber", disse Pinheiro a repórteres em Genebra.

"Pretendemos ir sem pré-condições encontrar o presidente Assad para discutir o acesso da nossa comissão à Síria", acrescentou Pinheiro, que foi a Damasco por conta própria em junho para negociar com autoridades sírias.

Carla del Ponte, ex-promotora de crimes de guerra da ONU que participa do inquérito, foi perguntada sobre similaridades entre o caso na síria com investigações passadas, incluindo com os crimes de guerra cometidos na ex-Iugoslávia.

"As similaridades que estamos tendo é lidar com os mesmos crimes, crimes contra a humanidade e crimes de guerra, com certeza", disse.

Ela acrescentou: "Minha principal tarefa será continuar o inquérito na direção de determinar as principais autoridades políticas e militares responsáveis por esses crimes." Os investigadores da ONU formularam uma lista secreta de indivíduos e entidades sírias suspeitas de cometer crimes como assassinatos e tortura, o que abriria caminho para acusações de crimes de guerra no futuro.

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