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Investigação diz que Bernanke e Geithner não entendiam a crise

Responsável pelo relatório sobre a crise nos EUA considerou que as principais autoridades do país não acompanhavam os problemas no sistema financeiro

Segundo Phil Angelides, Bernanke e Geitnher apenas colaram "esparadrapos" durante a crise (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Segundo Phil Angelides, Bernanke e Geitnher apenas colaram "esparadrapos" durante a crise (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2011 às 18h06.

Washington - O presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, e o atual secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, não sabiam o que estava acontecendo no setor financeiro quando a crise teve início, afirmou nesta terça-feira o presidente da comissão criada para investigar a debacle que acometeu a economia americana dois anos atrás.

Phil Angelides, à frente da FCIC, declarou perante um comitê do Senado sobre os resultados de sua investigação, que produziu um relatório de 600 páginas publicado em janeiro.

"Uma das coisas mais importantes que descobrimos - e eu diria, uma das mais alarmantes -, algo realmente triste, é que quando a crise começou, em 2007-2008, tínhamos uma situação na qual o Tesouro, na época dirigido por (Henry) Paulson, o Fed, presidido por Bernanke, e o Fed de Nova York, então dirigido por Geithner, em muitos aspectos não tinham conhecimento, não perguntavam e não acompanhavam a evolução do sistema financeiro, o que teria permitido a eles enxergar a natureza da crise que estava nascendo", estimou Angelides, ex-tesoureiro do Estado da Califórnia (1999 a 2007).

"Sua reação básica foi colar esparadrapos, por causa da falta de informação de que sofriam até mesmo os controladores de nosso sistema", destacou.

"Muitas carências no conhecimento e na capacidade para controlar as coisas podem ser fatais. Neste caso, quase foi. Agora, finalmente, estes dirigentes - precisamos admitir - estão sabendo se recuperar", concluiu.

O relatório da comissão constatou um "fracasso coletivo" dos Estados Unidos diante dos excessos da especulação imobiliária, que envolveu os líderes das finanças, que deveriam controlá-los, e as agências de classificação.

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