Fifa: o Catar é suspeito de ter comprado votos para sediar a Copa de 2022 (Harold Cunningham/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2014 às 09h52.
Genebra - A investigação conduzida pela Fifa sobre a suspeita de corrupção no processo de escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022 jamais será publicada em sua versão completa.
A informação foi anunciada nesta sexta-feira pela entidade máxima do futebol, que promete, para meados de novembro, uma primeira declaração sobre os resultados da pesquisa, que, porém, não deve apresentar os nomes dos envolvidos no "escândalo", que seriam mantidos em anonimato.
O Catar é suspeito de ter comprado votos para sediar a Copa de 2022, o que obrigou a Fifa a investigar o assunto. Um primeiro informe de 200 mil páginas foi produzido pelo advogado norte-americano Michael Garcia.
Seu texto foi entregue a um juiz alemão, Hans-Joachim Eckert, que tomará uma decisão sobre eventuais punições. Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF e que votou pela Catar, foi amplamente investigado por Garcia.
Mas, em declarações publicadas no site da Fifa, o juiz confirmou que não irá disponibilizar a versão integral do informe, como muitos estão pedindo no mundo do futebol e mesmo entre políticos. Mas apenas um resumo.
"A declaração (em novembro) vai incluir um resumo da investigação, um resumo das principais revelações, conclusões e recomendações, além de uma rápida avaliação", disse o alemão.
Segundo ele, "publicar o informe completo colocaria o Comitê de Ética da Fifa e a Fifa mesmo em uma situação legal muito difícil". "Além disso, temos de respeitar o direito das pessoas mencionadas no informe, o que numa publicação completa do informe não poderia ser feita".
Eckert nega qualquer tipo de desentendimento com Garcia, alertando que o americano apenas pediu que "uma publicação adequada" fosse realizada. Segundo o alemão, ele está neste momento trabalhando para decidir como apresentar a publicação de forma "adequada".
ANONIMATO - O juiz não descarta nem mesmo publicar partes dos informes, mas mantendo os nomes dos envolvidos em "anonimato". "A principal exigência é que os direitos pessoais sejam preservados", declarou.
Um dos obstáculos legais é que parte das entrevistas realizadas por Garcia ocorreram sob a garantia de anonimato.
Michel Platini, presidente da Uefa e que votou pelo Catar, é um dos que defende a publicação do informe. O príncipe Ali bin Al-Hussein, da Jordânia, e membro da Fifa, também exige conhecer a totalidade do documento. Já o presidente da entidade, Joseph Blatter, é contra sua publicação completa.