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Investigação conclui que ataque a comboio na Síria foi aéreo

O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, após receber o relatório dos especialistas

Comboio: o ataque ocorreu em 19 de setembro em Urum al Kubra, no oeste da província de Aleppo, matando 10 pessoas (Ammar Abdullah/Reuters)

Comboio: o ataque ocorreu em 19 de setembro em Urum al Kubra, no oeste da província de Aleppo, matando 10 pessoas (Ammar Abdullah/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 22h42.

Nações Unidas - O ataque de setembro contra um comboio da ONU na Síria foi aéreo, concluiu a comissão de investigação criada pela organização, que, no entanto, não conseguiu identificar quem foram os responsáveis pelo disparo.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, após receber o relatório dos especialistas, que destaca, porém, que só o Exército da Síria, a Rússia e a coalizão liderada pelos Estados Unidos têm capacidade para realizar um ataque semelhante ao que atingiu o comboio humanitário.

Os investigadores destacam que é "muito pouco provável" que a coalizão tivesse envolvida na ação e dizem ter recebido informações que apontam o Exército da Síria como responsável pelo ataque, mas não conseguiram provas para sustentar essa acusação.

O ataque ocorreu em 19 de setembro em Urum al Kubra, no oeste da província de Aleppo, matando 10 pessoas e deixando 22 feridos.

O comboio da ONU e do Crescente Vermelho na Síria tinha como objetivo levar ajuda humanitária a 78 mil pessoas. A ação provocou uma dura troca de acusações entre EUA e Rússia.

A Casa Branca afirmou desde o início que Rússia ou Síria eram responsáveis pelo bombardeio, enquanto o Kremlin distribuiu imagens nas quais afirmava que havia um veículo jihadista equipado com um morteiro de grande calibre perto do comboio.

Além disso, afirmou que um drone americano com capacidade para efetuar esse tipo de ataque foi detectado na região.

Segundo os investigadores da ONU, o comboio foi atingido por "vários tipos de munição lançadas de mais de um equipamento voador".

A conclusão se baseia em imagens de satélite e tiradas do local do incidente, além de vídeos e depoimentos de testemunhas.

O relatório foi corroborado com informações fornecidas pelos países-membros da ONU e entrevistas com pessoas que presenciaram o fato.

Os analistas revisaram as imagens que mostravam um veículo armado de um grupo rebelde, mas não encontraram evidências de que ele estivesse envolvido no bombardeio.

Ban explicou que a comissão de investigação recebeu informações que indicam uma "alta probabilidade" de as forças aéreas do regime da Síria terem sido responsáveis pelo ataque.

O bombardeio teria sido realizado por três helicópteros Mi-17, seguidos de três aviões. Uma aeronave russa também estaria envolvida na operação.

No entanto, a comissão não teve acesso a dados suficientes para respaldar as afirmações. Portanto, o relatório foi encerrado sem ter uma "conclusão definitiva".

O relatório explica, além disso, que os governos da Rússia e da Síria se negaram estar por trás do incidente e afirma que a hipótese de os dois exércitos terem atuado de forma conjunta apresenta dificuldades técnicas.

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