Malásia: chuvas intensas que afetam o Sudeste da Ásia há vários dias (Mohd Rasfan/AFP)
Redação Exame
Publicado em 28 de novembro de 2025 às 11h28.
O número de mortos pelas inundações que atingem o Sudeste Asiático avançou nesta sexta-feira, 28, e ultrapassou a marca de 300 vítimas, segundo a AFP.
Tailândia e Indonésia concentram os maiores impactos, com 145 e 174 óbitos, respectivamente. As chuvas intensas também afetam Sri Lanka e Malásia, deixando cidades submersas, moradores isolados e provocando novos deslizamentos.
Na Tailândia, o porta-voz do governo, Siripong Angkasakulkiat, informou que os mortos no sul do país subiram para 145 — mais de 100 apenas na província de Songkhla. O número quase triplicou em relação ao balanço de quinta-feira, que registrava 55 vítimas.
O sul tailandês é a região mais atingida. Em Hat Yai, moradores tiveram de subir nos telhados para aguardar o resgate de barco. Em Songkhla, o necrotério de um hospital está sobrecarregado, segundo o diretor do estabelecimento.
Nesta sexta-feira, o governo suspendeu o administrador do distrito de Hat Yai por falhas na resposta emergencial.
Na ilha indonésia de Sumatra, as inundações e os deslizamentos de terra deixaram ao menos 174 mortos e 80 desaparecidos. O número pode subir, alertou Suharyanto, diretor da agência nacional de gestão de desastres (BNPB), porque “algumas áreas ainda estão inacessíveis”. O balanço anterior era de 111 vítimas.
Segundo Ferry Walintukan, porta-voz da polícia do norte de Sumatra, a prioridade é resgatar e dar assistência aos moradores. O envio de helicópteros depende da melhora do tempo, enquanto os acessos por estrada permanecem bloqueados.
No Sri Lanka, as autoridades mobilizaram o Exército para apoiar as ações de resgate após enchentes e deslizamentos que deixaram 56 mortos e 21 desaparecidos.
O distrito de Badulla, no centro da ilha, concentrou 26 óbitos por soterramento, segundo o Centro Nacional de Gestão de Desastres (DMC). Algumas regiões registraram até 360 milímetros de chuva em 24 horas.
Na Malásia, as inundações no estado de Perlis provocaram duas mortes.
A temporada de chuvas no Sudeste Asiático, que vai de novembro a abril, costuma trazer inundações e deslizamentos.
Desta vez, o impacto foi ampliado por uma tempestade tropical e por efeitos associados às mudanças climáticas, que têm intensificado episódios de chuva extrema e enchentes repentinas.
O aquecimento dos oceanos também aumenta a força das tempestades. Para Uli Arta Siagian, diretora da ONG ambiental indonésia WALHI, o avanço de monoculturas e mineração contribui para agravar o cenário.
“Se a cobertura florestal continuar diminuindo e for substituída por monoculturas de palma de óleo, mineração ou outras atividades, nosso sistema ecológico perderá a capacidade de regular a água”, afirmou.
*Com informações da AFP