Rua alagada na Sérvia: número de mortos na região subiu a pelo menos 38 (Marko Djurica/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2014 às 12h49.
Maglaj/Krupanj - Mais de um quarto da população de 4 milhões de pessoas da Bósnia foi afetado pelas piores enchentes a atingir os Bálcãs em mais de um século, disse o governo nesta segunda-feira, alertando para a destruição "aterrorizante" comparável à guerra de 1992 a 1995 no país.
As inundações se estendem pela Sérvia e Bósnia, onde o recuo das águas em algumas das áreas mais atingidas está agora revelando a extensão da devastação. Casas foram derrubadas ou submersas em lama, árvores arrancadas e aldeias devastadas. Corpos de animais em decomposição se espalham pelas ruas.
"As consequências das inundações são aterrorizantes", disse o ministro das Relações Exteriores da Bósnia, Zlatko Lagumdzija, em entrevista coletiva . "A destruição física não é menor do que a destruição causada pela guerra." Ele disse que mais de 100 mil casas e outros edifícios não podem mais ser usados.
"Durante a guerra, muitas pessoas perderam tudo", ele disse. "Hoje, mais uma vez elas não têm nada." Mais de 1 milhão de pessoas na Bósnia estão sem abastecimento de água potável, disse Lagumdzija, depois que chuvas torrenciais provocaram as enchentes e mais de 2.000 deslizamentos de terra.
A descoberta de um corpo no norte da Bósnia nesta segunda-feira elevou o número de mortos na região a pelo menos 38, mas a cifra deve aumentar ainda mais.
Mesmo com a redução da crise em algumas áreas, uma nova elevação do rio Sava ameaça outras regiões, principalmente a da maior usina da Sérvia, o complexo de Nikola Tesla, a 30 quilômetros a sudoeste da capital, Belgrado.
Na Bósnia, um funcionário disse que até 500 mil pessoas foram retiradas de suas casas, a maior remoção desde que mais de um milhão foi expulsa pela limpeza étnica na guerra da Bósnia, há duas décadas. Pelo menos 25 mil pessoas foram retiradas de suas casas na Sérvia.