Milhares de moradores fugiram de Bangcoc nos últimos dias (Pornchai Kittiwongsakul/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2011 às 10h38.
Bangcoc - As inundações que provocaram uma fuga em massa da capital da Tailândia avançavam nesta sexta-feira rumo ao centro de Bangcoc e o governo começa a cogitar a possibilidade de abrir canais nas estradas que bloqueiam a passagem da água, além de avaliar o impacto do desastre na economia.
Bangcoc, com 12 milhões de habitantes, está em alerta máximo por causa das ameaças procedentes de duas frentes: a cíclica maré alta que no fim de semana deverá coincidir com a chegada de uma enorme massa de água das já alagadas planícies do centro do país.
O Banco Central da Tailândia reduziu a previsão de crescimento para este ano, de 4,1% a 2,6%, uma mudança drástica que reflete o enorme impacto das inundações na economia do reino.
"As inundações, que afetam não apenas a produção agrícola mas também a atividade manufatureira, podem ter um efeito importante no crescimento do quarto trimestre", afirma um comunicado do BC.
A situação afeta a lucrativa indústria tailandesa do turismo. Estados Unidos, Grã-Bretanha, Cingapura e Canadá, entre outros, desaconselharam viagens a Bangcoc.
A crise, que já dura três meses, matou 377 pessoas e afetou milhões de casas, em especial no centro e norte do país.
A água ainda está acumulada ao norte da capital e segue lentamente para o sul, ao mesmo tempo em que as autoridades buscam desesperadamente escoar o líquido por canais e rios, mas uma parte importante da cidade permanece seca.
Em algumas áreas do norte de Bangcoc era possível observar pessoas com água na cintura, uma situação que motivou o fechamento temporário do segundo aeroporto da cidade, Don Mueang.
O governo informou que estuda uma proposta apresentada por empresas privadas para cavar temporariamente canais de dragagem através de cinco estradas que bloqueiam a passagem da água ao leste de Bangcoc, para acelerar o fluxo da massa de água até o Golfo da Tailândia.
As autoridades locais abriram comportas ao redor da cidade para permitir que a água siga para os canais, mas especialistas apresentaram informações contraditórias sobre os riscos de uma enorme inundação no centro da capital.
Enquanto o governo está claramente concentrado em proteger a capital, milhares de pessoas nas províncias mais afetadas vivem há semanas em áreas inundadas.
Dezenas de milhares de pessoas abandonaram Bangcoc depois que o governo decretou cinco dias de feriados. A multidão superou a capacidade dos pontos de ônibus e estações de trens, além de ter provocado enormes congestionamentos no trânsito.
Na quarta-feira, a primeira-ministra Yingluck Shinawatra, que assumiu o cargo há apenas dois meses, alertou que não será possível resistir à força da natureza.