Desde que as inundações começaram afetar Bangcoc, os habitantes de 11 bairros, dos 50 da metrópole, receberam a recomendação para deixarem suas casas (Nicolas Asfouri/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2011 às 09h25.
Bangcoc - Apesar dos esforços das autoridades tailandesas para conter as inundações nas regiões oeste e norte de Bangcoc, uma tromba d'água continuou avançando nesta segunda-feira em direção ao centro da capital.
Criado pelo governo para controlar o fluxo de água, o centro de operações confirmou que, embora o centro comercial e financeiro da capital continue seco, as autoridades recomendaram que as pessoas começassem a deixar o bairro norte de Bangcoc, que fica próximo do polígono industrial de Lat Krabang, um dos maiores da Tailândia.
Situado dez quilômetros ao norte do aeroporto internacional de Suvarnabhumi, o complexo abriga aproximadamente 250 fábricas, a maior parte indústrias do setor automotivo.
Desde que as inundações começaram afetar Bangcoc, há quase duas semanas, os habitantes de 11 bairros, dos 50 da metrópole, receberam a recomendação para deixarem suas casas. Apesar do aviso, a maioria dos cidadãos descumpriu a ordem para proteger suas propriedades.
Conforme as autoridades locais, os moradores de outros sete bairros da capital também receberam avisos para deixarem a região.
O avanço da água em direção ao centro de Bangcoc também está prejudicando os serviços de transporte, o que aumenta o número de pessoas que se arriscam em botes e canoas para se deslocarem de um lugar para outro.
Outro problema causado pelas inundações é o acumulo de lixo. Mais de 4 milhões de toneladas de rejeitos da população estão amontoadas nas ruas da capital, o que contribui para o aumento da contaminação da água que toma parte de Bangcoc, cidade com 12 milhões de habitantes.
O serviço de coleta de lixo está interrompido em todos os bairros inundados, em alguns há quase duas semanas. As autoridades acreditam que essa situação pode se estender por mais um mês.
'Aconselhamos os moradores que, por enquanto, armazenem todo tipo de lixo', recomendou o diretor do Departamento de Controle de Resíduos, Worrasart Apaipong.
Apesar de não ter nenhuma epidemia evidente, o Ministério da Saúde tailandês alertou que dispararam o número de pessoas com infecções cutâneas, contraídas pelo contato com a água contaminada.
Considerada as piores em mais de meio século, estas inundações já causaram ao menos 506 mortos e mais de 2 milhões de pessoas desabrigadas.
Enquanto a água avança em algumas províncias, como Nakhon Sawan e Phitsanulok, milhares de voluntários e soldados trabalham contra relógio para impedir que água alague o centro de Bangcoc, a 20 quilômetros do norte do rio Chao Praya.
A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, está recebendo críticas da população que considera a estratégia do Governo tardia e errônea, além de não ter uma coordenação com as autoridades de Bangcoc.
Com as chuvas de monções e três tempestades tropicais seguidas, o desastre na Tailândia começou em julho após o transbordamento de rios e pântanos do norte e da região central. EFE