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Intervenção militar dos EUA na Venezuela seria um desastre, diz Putin

O presidente da Rússia afirmou que uma intervenção militar na Venezuela não seria apoiada pelos aliados dos EUA

"Não criamos bases militares na Venezuela, nem enviamos tropas", afirmou Putin (Alexander Zemlianichenko/Reuters)

"Não criamos bases militares na Venezuela, nem enviamos tropas", afirmou Putin (Alexander Zemlianichenko/Reuters)

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EFE

Publicado em 6 de junho de 2019 às 10h29.

São Petersburgo — O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira que seu país não está criando bases militares nem enviando tropas à Venezuela, mas "deve honrar suas obrigações contratuais com o país sul-americano quanto à manutenção dos equipamentos vendidos anteriormente".

Putin fez a afirmação durante uma reunião com os máximos responsáveis pelas principais agências mundiais de notícias, entre eles o presidente da Agência Efe, Fernando Garea.

"Vendemos armas à Venezuela antes, recentemente não vendemos. Segundo os contratos, temos que honrar nossas obrigações e nossos especialistas sempre o fizeram", destacou o presidente russo, admitindo que é possível que parte do pessoal russo já tenha deixado o país latino-americano.

"É muito provável que nossos especialistas, não só os militares, mas também os industriais, tenham terminado alguns trabalhos lá", disse Putin.

Putin ressaltou que a Rússia cumpriu e vai continuar cumprindo suas obrigações contratuais no âmbito técnico e militar, afirmando também que seu país é contra a ingerência nos assuntos internos da Venezuela.

"Somos contra a intervenção em assuntos políticos de outros países, consideramos que isso leva a consequências graves, por não dizer trágicas, e o caso de países como Líbia e Iraque é o maior exemplo disso. O caminho para o inferno é pavimentado de pedras de boas intenções", destacou Putin.

"Isso é bem sabido. É evidente que é preciso ter paciência. Pode-se trabalhar com quem quiser, oposição, Governo, mas não se pode intervir nos assuntos internos. E menos ainda tomar medidas sancionadoras porque, via de regra, milhões de pessoas comuns que não têm relação alguma com o poder acabam sofrendo", considerou o presidente russo.

"Também sofre a economia mundial, além da venezuelana, que reduziu pela metade a produção de petróleo nos últimos anos", disse Putin.

Putin alertou que uma intervenção militar norte-americana na Venezuela seria um desastre, e disse que até mesmo os aliados dos EUA não apoiariam tal conduta.

"Se levarmos em conta o estado no qual vivem milhões de pessoas que residem na Venezuela, então (surge a pergunta) contra quem estão lutando? Contra (o presidente, Nicolás) Maduro, ou contra a população? Por isso nós não aprovamos, e condenamos, essas ações. Ainda mais uma intervenção militar. Isso é uma catástrofe", enfatizou.

Putin afirmou a esse respeito que, pela informação que tem, "inclusive entre os aliados dos EUA ninguém apoia uma ingerência militar, nem sequer os vizinhos da Venezuela que são contra Maduro".

"Estes países estão a favor de um processo político", concluiu o presidente russo.

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