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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
São Paulo - A construção de cinco pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Sistema Cantareira está assustando o interior paulista. Com medo de impactos ambientais, prefeitos, ambientalistas e agricultores começam a se mobilizar contra o projeto da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp). O receio é de que usinas na Região Metropolitana de São Paulo comprometam a vazão de rios que abastecem 3 milhões de pessoas em 62 municípios da Bacia do Piracicaba, incluindo Atibaia, Bragança Paulista e Campinas.
O plano é construir uma das usinas perto do Horto Florestal, na zona norte da capital, ao lado da Estação de Tratamento de Água (ETA) Guaraú. A outra deve ficar no vertedouro da Cascata, no Rio Juqueri Mirim, em Mairiporã, ao lado da ETA Atibainha. O principal receio dos moradores do interior é de que a usina que será instalada na capital comprometa o nível dos rios e represas que estão do outro lado da Serra da Cantareira, a 700 metros de altitude.
Ambientalistas dizem que o volume de recursos hídricos retirado hoje das represas do interior para a capital - 33 metros cúbicos por segundo, dos quais 31 m³/s originados dos formadores do Piracicaba (Jaguari e Atibaia) - vai aumentar com a construção da hidrelétrica na zona norte de São Paulo. A Sabesp argumenta que não haverá desvio no curso dos mananciais que compõem o Cantareira. No caso da usina de Mairiporã, por exemplo, a empresa diz que será aproveitada a queda dágua do vertedouro que faz a transferência de água entre as Represas Atibainha e Paiva Castro. Mas a Prefeitura de Atibaia considera que a presença das usinas aumentará a umidade do ar na região, o que poderia comprometer a produção local de frutas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.