Mundo

Inteligência dos EUA prevê instabilidade global em 2016

País acredita na persistência de ameaças terroristas locais e diversas nações do Oriente Médio e Ásia sob o risco de se tornarem focos de problemas


	Estado Islâmico: grupo deve continuar exercendo sua influência no Iraque, Síria e Líbia ao longo do ano
 (Reuters)

Estado Islâmico: grupo deve continuar exercendo sua influência no Iraque, Síria e Líbia ao longo do ano (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2016 às 14h59.

Washington - Agências de inteligência dos Estados Unidos informaram nesta terça-feira que haverá continuidade no cenário de instabilidade global em 2016, com a persistência de ameaças terroristas dentro do país e diversas nações do Oriente Médio e Ásia sob o risco de se tornarem focos de problemas.

A análise foi feita hoje durante uma apresentação anual ao Congresso norte-americano intitulada "Avaliação da ameaça global da comunidade de inteligência dos Estados Unidos".

Os dados foram levados pelo diretor da Inteligência Nacional (entidade que reúne 17 agências e organizações de inteligência do país), James Clapper para uma audiência do Comitê de Serviços Armados do Senado dos Estados Unidos. As informações serão levadas também ao Comitê de Inteligência do Senado.

Na avaliação da equipe de inteligência, as diferenças entre as ameaças previstas para 2015 e 2016 são grandes. Enquanto no ano passado o capítulo dedicado a ameaças terroristas tinha apenas cinco parágrafos, neste ano são 14 e há a menção, pela primeira vez, de que o grupo Estado Islâmico "se tornou uma ameaça terrorista proeminente" para o mundo.

Tal perspectiva se justifica pelo "califado na Síria e no Iraque, as ramificações do grupo em outros países e sua crescente habilidade para coordenar e inspirar ataques contra uma gama ampla de alvos em todo o mundo".

O relatório conclui que os ataques terroristas nos Estados Unidos em 2015, como os assassinatos na unidade militar de Chattanooga, no Estado do Tennessee, e em San Bernardino, na Califórnia, tendem a motivar "extremistas violentos criados no próprio país" a promoverem ataques similares no futuro, "com pouco ou nenhum aviso prévio".

A seção do relatório que deve atrair maior atenção é a que avalia a repercussão do acordo nuclear firmado entre o Irã, Estados Unidos e outros países ocidentais.

Os agentes de inteligência dos Estados Unidos afirmam que o Irã provavelmente enxerga o acordo nuclear como um meio para a retirada de sanções ao mesmo tempo em que preserva algumas de suas estruturas de energia nuclear e mantém a opção de eventualmente expandi-las. "Não sabemos se o Irã poderá vir a decidir, eventualmente, construir armas nucleares", aponta o relatório.

O relatório aponta também que Rússia e China estão entre os maiores riscos de segurança para os Estados Unidos. Para os especialistas, o presidente russo Vladimir Putin continuará tentando usar o conflito sírio e as tentativas de cooperação para combater o Estado Islâmico como forma de promover o poderio russo e acabar com seu isolamento internacional.

O Estado Islâmico deve continuar exercendo sua influência no Iraque, Síria e Líbia ao longo do ano e o Afeganistão continuará enfrentando problemas que ameaçam sua estabilidade política, de acordo com os agentes de inteligência norte-americanos.

Eles também não vêm perspectiva de melhoria em relação aos conflitos sectários no Iraque. Além disso, a guerra civil na Líbia deve persistir durante todo o ano, dando margem para o que Estado Islâmico ganhe terreno no país. Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Oriente MédioPaíses ricosTerrorismo

Mais de Mundo

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido

Eleições na Romênia agitam país-chave para a Otan e a Ucrânia

Irã e Hezbollah: mísseis clonados alteram a dinâmica de poder regional

Ataque de Israel ao sul do Líbano deixa um militar morto e 18 feridos