Mundo

Inteligência dos EUA crê que Kim Jong-un quer reconhecimento

James Clapper acredita que a "retórica beligerante" busca um "reconhecimento do mundo"


	Bandeira dos Estados Unidos: Segundo Clapper, Kim, que chegou ao poder após a morte de seu pai Kim Jong-il em dezembro de 2011, quer demonstrar que a Coreia do Norte pode competir como potência nuclear.
 (AFP)

Bandeira dos Estados Unidos: Segundo Clapper, Kim, que chegou ao poder após a morte de seu pai Kim Jong-il em dezembro de 2011, quer demonstrar que a Coreia do Norte pode competir como potência nuclear. (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2013 às 16h59.

Washington - O diretor nacional de Inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, considerou nesta quinta-feira que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, quer "consolidar" seu poder com as ameaças de atacar interesses americanos.

Segundo sua opinião, a "retórica beligerante" que está sendo usada pelo líder é destinada a um público interno, mas também à comunidade internacional, já que busca um "reconhecimento do mundo" e, concretamente, "dos Estados Unidos".

Clapper, que compareceu no comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes (Deputados) acompanhado do diretor da CIA, John Brennan, e outros funcionários, assinalou que o objetivo principal do líder norte-coreano é "consolidar" seu poder, mas sobretudo demonstrar que tem um "controle firme" sobre a Coreia do Norte.

Segundo explicou, Kim, que chegou ao poder após a morte de seu pai Kim Jong-il em dezembro de 2011, quer demonstrar que a Coreia do Norte pode competir como potência nuclear. "Isso lhe dá direito à negociação e, provavelmente, a (receber) ajudas", afirmou.

Tanto Clapper como Brennan assinalaram que Kim não esteve o tempo suficiente no Governo para saber se agirá como seu pai ou como seu avô, o fundador da Coreia do Norte Kim Il-sung, mas considerou que seu objetivo provavelmente "não será outro além de provar sua posição".

"A Coreia do Norte é e sempre foi um dos objetivos de inteligência mais difíceis, se não o mais difícil", reconheceu Clapper às perguntas dos congressistas sobre até onde se espera que Pyongyang pode chegar com suas ameaças.


Clapper assinalou que Kim não teve o período de mais de dez anos de preparação que seu pai teve antes de assumir o cargo em 1994, por isso que "ele tem que solidificar sua liderança e sua posição" em um momento de dificuldades econômicas para o país, que no ano passado teve uma queda de 6% em sua colheita.

Neste contexto, Clapper considerou que a China pode ter uma "influência real" sobre a Coreia do Norte. "Os indícios que temos são de que a China está frustrada com o comportamento e a retórica beligerante de Kim Jong-un".

Quanto a se a Coreia do Norte tem a capacidade para atacar locais estratégicos para os Estados Unidos, Clapper assinalou que embora tenham feito três testes nucleares subterrâneos, não terminaram os mísseis com os quais supostamente atacariam.

"Mostraram, embora nunca tenham provado, o que dizem que é um míssil balístico intercontinental" disse Clapper, mencionando que nos desfiles militares mostraram o lançador de mísseis, mas não o míssil. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCoreia do NorteEstados Unidos (EUA)GuerrasPaíses ricos

Mais de Mundo

Biden diz a Trump que os migrantes são o "sangue" dos Estados Unidos

Incêndios devastam quase 95 mil hectares em Portugal em 5 dias

Relatório da ONU e ONGs venezuelanas denunciam intensificação de torturas nas prisões do país