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Integrante do Pussy Riot retoma greve de fome na Rússia

A atitude foi tomada após as autoridades russas descumprirem a promessa de transferi-la para outra penitenciária


	Integrante do Pussy Riot na cadeia: Nadezhda denunciou os abusos, os maus tratos e as torturas a que são submetidas às internas 
 (©AFP/arquivo / Alexander Nemenov)

Integrante do Pussy Riot na cadeia: Nadezhda denunciou os abusos, os maus tratos e as torturas a que são submetidas às internas  (©AFP/arquivo / Alexander Nemenov)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2013 às 07h09.

Moscou - Nadezhda Tolokonnikova, uma integrante do grupo punk Pussy Riot que foi condenada a dois anos de prisão na Rússia, retomou nesta sexta-feira sua greve de fome, depois que as autoridades russas descumpriram com sua promessa de transferi-la para outra penitenciária.

Segundo seu marido, Pyotr Verzilov, Nadezhda foi transferida ontem à noite do hospital da república da Mordóvia, a 600 quilômetros ao leste de Moscou, onde estava em tratamento, para a mesma prisão de antes de ser hospitalizada, após uma greve de fome em protesto pelas condições de reclusão.

"A mudança é um descumprimento das promessas de que deixariam Nadezhda no hospital ou que ela seria transferida para outra região, e, conforme advertiu anteriormente, (a ativista) retomou a greve de fome", disse Verzilov à agência "Interfax".

No dia 23 de setembro, a integrante do Pussy Riot denunciou na imprensa russa graves casos de violência na prisão IK-47 da Mordóvia, onde cumpre pena de dois anos, e se declarou em greve de fome.

Pouco depois, foi transferida para uma cela de isolamento por questões de segurança, após denunciar que sofreu ameaças de morte, e, mais tarde, para a enfermaria do complexo penitenciário.

Em sua carta, Nadezhda, de 23 anos e mãe de uma criança, denunciou os abusos, os maus tratos e as torturas a que são submetidas às internas e também denunciou ameaças de morte por parte da administração da prisão.

Após oito dias em greve de fome, no dia 1º de outubro, Nadezhda suspendeu seu protesto após a intervenção do defensor público russo, Vladimir Lukin.


"Chegamos a um acordo para que ela suspenda a greve de fome por entendermos que os serviços penitenciários prestarão o devido atendimento à sua solicitação de mudança para outra penitenciária", declarou então Lukin.

Hoje mesmo, Maria Alyokhina, outra integrante do Pussy Riot que também está presa, revogou o recurso apresentado por sua defesa para reduzir sua pena.

"Acho que não é ético. Não tenho direito de iniciar este processo quando minha amiga Nadezhda Tolokonnikova não tem essa possibilidade porque está no hospital ou em uma penitenciária da qual são ditas coisas horríveis", disse Maria ao juiz, citada pela agência "Interfax", na audiência realizada na cidade de Nizhny Novgorod.

Maria acrescentou que, se as autoridades russas estão dispostas a colocá-la em liberdade, que isso seja feito dentro de "uma ampla anistia que inclua mulheres que também estão cumprindo pena e são mães de filhos pequenos".

Nadezhda, Maria e Yekaterina Samutsevich, esta última em liberdade condicional desde outubro do ano passado, foram condenadas a dois anos de prisão por "vandalismo motivado por ódio religioso" após encenar, em fevereiro de 2012, uma "missa punk" no principal templo da igreja ortodoxa russa.

As integrantes do Pussy Riot afirmam serem inocentes e insistem que sua ação na catedral de Cristo Salvador de Moscou tinha fins políticos e não estava voltada contra os fiéis ortodoxos.

O presidente russo, Vladimir Putin, apoiou em várias ocasiões a pena de prisão, enquanto o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, considera que as jovens já pagaram por seus erros. 

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