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Instalações de fabricação de armas químicas são lacradas

Todas as instalações declaradas de fabricação de armas químicas na Síria foram inutilizadas antes do prazo, informou a Opaq

Inspetor da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ):  inspetores da organização visitaram 21 das 23 localidades declaradas pela Síria (AFP)

Inspetor da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ): inspetores da organização visitaram 21 das 23 localidades declaradas pela Síria (AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2013 às 10h33.

Damasco - Todas as instalações declaradas de fabricação de armas químicas na Síria foram inutilizadas antes do prazo de sábado, informou a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), uma primeira vitória para a comunidade internacional, que tenta organizar uma conferência de paz.

Enquanto isso, o emissário internacional Lakhdar Brahimi se reuniu nesta quinta-feira, em Damasco, com personalidades da oposição tolerada e da sociedade civil, um dia após encontrar com o presidente Bashar al-Assad, que reiterou sua rejeição a toda ingerência externa.

Os inspetores da organização visitaram 21 das 23 localidades declaradas pela Síria, e 39 das 41 instalações nesses locais. As duas instalações restantes não foram visitadas por razões de segurança, mas Damasco assegurou ter abandonado os locais e as inspeções terminaram, indicou a OPAQ.

O país apresentou em 24 de outubro um programa de destruição sistemática, integral e verificada do seu arsenal químico - avaliado em 1.290 toneladas pelo regime.

O programa deve ser examinado em uma reunião do conselho executivo da OPAQ em 5 de novembro. A partir deste documento, o organismo fixará os diferentes prazos para a destruição definitiva do arsenal químico sírio.

A OPAQ, prêmio Nobel da Paz em outubro, supervisionou pela primeira vez o processo em um país mergulhado em uma guerra civil.

O programa de eliminação das armas obedece a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, o que evitou uma campanha militar iminente dos Estados Unidos contra a Síria em represália a um ataque químico cometido em agosto e atribuído ao governo de Damasco.

Na capital síria, o presidente Assad reiterou na quarta-feira, durante uma reunião com o enviado especial da ONU e da Liga Árabe Lakhdar Brahimi, sua rejeição a qualquer ingerência externa em favor da oposição na conferência de paz Genebra-2.

"O povo sírio é o único a ter direito a decidir sobre o futuro de seu país. Qualquer solução ou acordo precisa do aval dos sírios e deve refletir sua vontade sem ingerências externas", declarou Assad durante o breve encontro com Lakhdar Brahimi, segundo a agência oficial Sana.

A visita do emissário internacional foi comemorada pela imprensa síria, que havia tratado Brahimi de "falso mediador" e "viajante idoso" durante sua última visita em dezembro.


"Sua visita à Síria começa de maneira positiva. Ele tem se esforçado para alcançar melhorias regionais, internacionais e no terreno", considerou o Baas, jornal do partido que dirige o país há 40 anos.

O diplomata argelino chegou na segunda à noite a Damasco para preparar uma conferência de paz que deve ser realizada em Genebra no fim de novembro.

Brahimi foi recebido nesta quinta-feira pelo ex-ministro da Informação, Mohammad Salman, que se apresenta hoje como um opositor, e Mahmoud Merhi, líder da minúscula "União das Forças Democráticas Cívicas", que reúne opositores no terreno.

Com a situação humanitária e sanitária se deteriorando a cada dia, a ONU estimou que o número de refugiados que fugiram do país chegará a 3,5 milhões até o final do ano.

Nas frentes de combate, "o Crescente Vermelho retirou na terça-feira 800 civis de Moadamiyat al-Sham", um subúrbio de Damasco, indicaram os rebeldes desta cidade. "Todas as partes - a Coalizão Nacional (opositora), o regime e a comunidade internacional - participaram" da operação, acrescentaram.

Em 12 de outubro, 3.000 civis já haviam sido evacuados desta localidade, que está cercada há mais de um ano pelo exército e que foi alvo de um ataque químico em 21 de outubro.

Enquanto cerca de quinze jornalistas estrangeiros continuam desaparecidos ou detidos na Síria, o fotógrafo polonês Marcin Suder, sequestrado em julho, conseguiu escapar do cativeiro e voltar para a Polônia, anunciou nesta quinta o ministério polonês das Relações Exteriores.

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