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Inflação na Argentina sobe 25,5% em dezembro e fecha o ano em 211,4%

Este foi o primeiro dado mensal com o país já sob comando de Javier Milei, que adotou medidas duras para tentar baixar os preços

Javier Milei: presidente disse que inflação abaixo de 30% em dezembro seria ótima notícia (Tomas Cuesta/Getty Images)

Javier Milei: presidente disse que inflação abaixo de 30% em dezembro seria ótima notícia (Tomas Cuesta/Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 17h03.

Última atualização em 11 de janeiro de 2024 às 17h11.

A inflação de preços ao consumidor (IPC) na Argentina atingiu 25,5% em dezembro, segundo o Indec, órgão de estatísticas do governo argentino. Com isso, o país terminou 2023 com taxa anual de 211,4%.

Segundo o jornal La Nación, este é o maior percentual desde 1990, quando o país estava saindo de uma crise de hiperinflação.

Em novembro, o IPC havia subido 12,8%. Em outubro, a taxa foi de 8,3%.

Os setores com maior alta em dezembro foram bens e serviços, com 32,7% de aumento, saúde (+32,6%) e alimentos e bebidas (+29,7%).

Este foi o primeiro dado mensal de inflação registrado no governo de Javier Milei, que tomou posse em 10 de dezembro. O presidente anunciou dois grandes pacotes de medidas econômicas nas últimas semanas, mas vem repetindo que a queda dos preços deve demorar.

As mudanças de Milei retiram subsídios da economia e acabaram com regras que limitavam aumentos de preço. Houve também forte desvalorização do peso na cotação oficial. Com isso, uma alta mais forte nos preços já era esperada.

O presidente disse há alguns dias que se a taxa ficasse em 30%, seria um "numeraço". "Vínhamos para 45%. Significaria que cortamos um terço", disse, em entrevista a uma rádio.

Na manhã desta quinta, antes da divulgação dos dados, um porta-voz do governo disse que a inflação atual é responsabilidade da gestão anterior, e que o país ainda corre risco de hiperinflação.

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