Preços de alimentos e energia não devam desacelerar no curto prazo, na Índia (Paulo Vitale/Veja)
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2011 às 06h45.
Londres e Mumbai - A inflação mais alta e aumentos de juros estão começando a prejudicar as margens das empresas da Índia, levando mais gestores de fundos estrangeiros a procurar outros mercados que possam lucrar mais com a recuperação econômica mundial.
Com a perspectiva de que os preços de alimentos e energia não devam desacelerar no curto prazo, administradores de fundos calculam que o êxodo deve durar mais alguns meses.
Apenas em janeiro, os fundos estrangeiros tiraram 900 milhões de dólares de ações da Índia.
"A visão é de que a Índia enfrenta um ano difícil", disse Michael Penn, estrategista-chefe do BoA/ML.
O principal problema é a inflação, com as altas de custos de alimentos em dois dígitos, correndo o risco de contagiar o restante da economia. Para contornar a situação, o banco central elevou a taxa de juros nesta semana, pela sétima vez desde março, para 6,5 por cento.
Outra alta, entre 0,75 e 1 ponto, deve ocorrer, com implicações para o gasto do consumidor e as margens corporativas.
Michael Konstantinov, que administra 3 bilhões de dólares em ações dos Brics --Brasil, Rússia, Índia e China-- na Allianz RCM, recentemente diminui a posição em ativos da Índia, dando preferência à Rússia.
"Você tem... pressão da inflação e, do lado monetário, há a alta dos preços do petróleo. Então há muitos motivos para reduzir a posição."