Indonésia: um terço dos focos de calor estão em concessões de óleo de palma (17%), fábricas de papel (11%) ou madeira (3%) (Antara Foto/Bayu Pratama S/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de setembro de 2019 às 12h12.
Jacarta — Mais de 30 empresas das ilhas de Sumatra e Bornéu estão sendo investigadas pelas autoridades da Indonésia como suspeitas de provocar parte dos graves incêndios sofridos pelo arquipélago asiático há meses, informaram fontes oficiais nesta segunda-feira.
Os terrenos das companhias foram isolados pela polícia e as empresas podem enfrentar processos legais, disse à Agência Efe, o porta-voz do Ministério do Meio Ambiente, Djati Witjaksono Hadi.
Entre as companhias investigadas estão quatro subsidiárias de empresas malaias e uma de Singapura que administra plantações de óleo de palma, um setor responsável por grande parte do desmatamento na Indonésia.
O porta-voz não deu mais detalhes sobre a identidade das empresas ou as acusações que poderiam ser movidas contra elas.
Os incêndios na Indonésia, que começaram no início da estação seca em junho e pioraram este mês, causaram uma crise ambiental, sanitária e diplomática, já que a fumaça se espalhou para Malásia e Singapura.
As nuvens de fumaça causaram o atraso e o cancelamento de centenas de voos este mês, o fechamento de escolas em Sumatra e Bornéu e pioraram até piorar o nível de insalubridade da qualidade do ar em Singapura e Malásia, cujos governos pediram à Indonésia que tome medidas a respeito.
Das milhares de fontes de calor detectadas por satélite, cujo número disparou desde o início do mês, quase um terço está em concessões de óleo de palma (17%), fábricas de papel (11%) ou madeira (3%), como indicado hoje pela Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB, sigla em indonésio).
Mais de 9 mil soldados dos bombeiros e outras agências indonésias combatem os incêndios, especialmente graves na região central e norte de Sumatra e no centro e oeste de Bornéu, onde as autoridades onde as autoridades da Malásia e da Indonésia também tentam provocar chuvas descarregando compostos químicos nas nuvens.
As autoridades indonésias calcularam que, até agosto, que 320 mil hectares foram calcinados e 39% das fontes de calor atuais estão localizadas em turfeiras, um solo rico em carbono cuja queima tem um enorme impacto nas emissões de CO2 e o aquecimento global.