"Showroom de vacas": "são os Lexus e os Mercedes dos bovinos", diz vendedora (Adek Berry/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2014 às 13h14.
Depok - Todos os anos, por ocasião do Eid al-Adha, importante festa do Islã, um salão de exposições na Indonésia troca os carros de luxo por vacas que podem alcançar até 25.000 dólares, um preço que a elite do maior país muçulmano do mundo está disposta a pagar.
Vendedoras exibindo uniformes colados ao corpo e muita maquiagem mostram aos clientes as vacas que serão mortas no Eid al Adha, a festa do sacrifício que é celebrada até domingo no arquipélago.
"São os Lexus e os Mercedes do mundo bovino", explica a vendedora Desnia Yoshie, que carrega um tablet com o catálogo on-line dos animais à venda.
O "Centro de Sacrifício de Animais", o nome desta exposição na periferia de Jacarta, ilustra o boom da primeira economia do sudeste asiático.
As classes médias abastadas não economizam quando se trata de religião.
O Eid al Adha lembra o dia em que Abraão aceitou sacrificar seu filho Ismael em sinal de submissão a Deus, antes que o arcanjo Gabriel propusesse que, no lugar do menino, fosse sacrificado um animal.
As vacas vendidas para o sacrifício procedem da Austrália.
A feira atrai representantes da elite como ministros e políticos, e ricos indonésios que voltam para o país para celebrar a festa do sacrifício.
No domingo, os compradores vão distribuir sua carne aos mais pobres da Indonésia, país emergentes onde cerca de 100 milhões de pessoas - quase 40% da população - vive com menos de dois dólares por dia.