A OAS é a responsável pela obra, que custará 415 milhões de dólares e será financiada principalmente pelo governo do Brasil (Antonio Scorza/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2012 às 11h55.
La Paz - Índios da Amazônia boliviana ratificaram o início, dentro de duas semanas, da marcha até La Paz contra a rodovia de 300 quilômetros que passará por uma reserva ecológica, apesar do anúncio do presidente Evo Morales de que rescindirá o contrato com a empreiteira brasileira OAS, responsável pela obra.
"Nos reunimos e a decisão foi manter a data do início da marcha, 25 de abril", afirmou à AFP o líder do território TIPNIS, Fernando Vargas.
Os indígenas partirão de Chaparina, 327 km ao nordeste de La Paz, na entrada da Amazônia da Bolívia.
Os nativos não aceitam a rodovia de 300 quilômetros através do território TIPNIS, no centro do país, pelos danos ambientais que serão provocados pela obra, que custará 415 milhões de dólares e será financiada principalmente pelo governo do Brasil.
Vargas afirmou que o anúncio do presidente Morales, terça-feira, de que iniciou os procedimentos para rescindir o contrato com a OAS, sob a alegação de descumprimento do acordo, é apenas uma suposição, porque o governo mantém a decisão de construir a estrada.
"Nossa marcha é contra a estrada e temos uma plataforma de demanda", completou o líder indígena.
O governo chamou a nova marcha de política, enquanto estimula uma consulta com os indígenas sobre a construção ou não da rodovia.