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Índios amazônicos viajam à Europa para proteger suas terras

Um representante do Peru e dois brasileiros querem deter 3 polêmicos projetos de represas

Índios na região do Xingu: Belo Monte é uma das usinas que causam polêmica (Noel Villas Bôas/Wikimedia Commons)

Índios na região do Xingu: Belo Monte é uma das usinas que causam polêmica (Noel Villas Bôas/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2011 às 10h43.

Londres - Três índios da região amazônica viajaram à Europa para protestar contra construções em suas terras que ameaçam destruir as vidas de milhares de indígenas dessa região, informou nesta terça-feira a ONG Survival.

Ruth Buendia Mestoquiari, da tribo Ashaninka, do Peru, Sheyla Juruna, da tribo Juruna, da região Xingu, e Almir Surui, da tribo brasileira Surui, fizeram um chamado para deter três polêmicos projetos de represas em suas terras na região amazônica.

Várias empresas europeias participam desse projeto, entre estas as francesas GDF Suez e Alstom, a alemã Voith e a austríaca Andritz.

A delegação estará entre os dias 25 e 26 de fevereiro em Paris, onde ocorre na sexta-feira uma conferência na Casa da América Latina, depois de se reunirem com a senadora Marie-Christine Blandin e antes de organizar no dia seguinte um protesto na praça dos Direitos Humanos, no Trocadéro.

Em seguida, os índios sul-americanos viajarão à capital britânica, onde protestarão em 2 de março em frente à sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiou boa parte dos recursos das obras, além de reunirem-se com parlamentares deste país.

Um dos projetos é da represa de Pakitzapango, no Peru, que ameaça inundar uma área do vale do rio Ene, onde vivem milhares de índios da tribo Ashaninka.

Outro é a do Rio Madeira, cuja construção pode atrair uma forte imigração e levar ao desmatamento de uma área na qual vivem várias tribos, entre elas algumas isoladas ainda sem contato com a civilização.

O terceiro é a de Belo Monte, projetado no rio Xingu, também no Brasil, que seria a terceira maior do mundo e cuja construção destruiria vastas áreas de floresta e reduziria os peixes, dos quais dependem os indígenas para sobreviver.

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