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Indígenas que protestam por parque ecológico recorrem à OEA

População reclama da construção de uma estrada na Amazônia boliviana financiada pelo Brasil

Mil indígenas bolivianos querem que o presidente Evo Morales suspenda a construção da estrada que atravessará o parque (AFP)

Mil indígenas bolivianos querem que o presidente Evo Morales suspenda a construção da estrada que atravessará o parque (AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2011 às 19h37.

La Paz - Indígenas bolivianos que realizam desde segunda-feira uma marcha de 600 km até La Paz para proteger um parque ecológico ameaçado por uma rodovia em construção recorreram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA para apoiar suas demandas.

"Apresentamos à Comissão Interamericana um pedido com medidas cautelares para a proteção do TIPNIS (Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure), não é uma ação judicial", afirmou à AFP o diretor do Centro de Estudos Jurídicos e Pesquisa Social (CEJIS), Leonardo Tamburini.

Cerca de 1.000 indígenas bolivianos querem convencer o presidente Evo Morales a suspender a construção de uma estrada que deve atravessar um parque natural.

Os aborígenes do centro e da Amazônia boliviana se opõem ao traçado de uma estrada de mais de 300 km financiada pelo Brasil através do TIPNIS, uma reserva nacional onde moram cerca de 50 mil pessoas e rica em flora e fauna.

Já começou a ser construída uma primeira parte da estrada, que terá um custo total de 415 milhões de dólares, mas as obras ainda não chegaram ao TIPNIS.

Os nativos querem caminhar 600 km em 40 dias desde Trinidad até La Paz.

O poder executivo fez diversos pedidos de diálogo para conter a marcha de protesto, mas os indígenas indicaram que para qualquer negociação é preciso que atendam primeiro as suas exigências.

O presidente Evo Morales, da etnia aymara, respondeu dias atrás que a execução da obra viária irá ocorrer e adiantou que realizará a "consulta indígena" estabelecida no Convênio 169 da OIT, embora tenha esclarecido que o diálogo não terá caráter vinculante, ou seja, de cumprimento obrigatório para as partes.

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