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Indicados para Trump 2.0 buscam apoio do Senado para assumir o poder

A Constituição dos Estados Unidos estabelece que o presidente "nomeará" e o Senado dará seu "consentimento e designará" certos altos cargos do país, como os membros do gabinete e embaixadores

Trump: O Partido Republicano, ao qual Trump pertence, tem maioria em ambas as câmaras (AFP/AFP)

Trump: O Partido Republicano, ao qual Trump pertence, tem maioria em ambas as câmaras (AFP/AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 12 de janeiro de 2025 às 10h56.

Os escolhidos pelo futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para compor seu gabinete 2.0, entre eles o polêmico Pete Hegseth para liderar o Pentágono e o "falcão" Marco Rubio como secretário de Estado, terão que enfrentar o Senado esta semana para serem confirmados em seus cargos.

A Constituição dos Estados Unidos estabelece que o presidente "nomeará" e o Senado dará seu "consentimento e designará" certos altos cargos do país, como os membros do gabinete e embaixadores.

Cada um dos indicados deve receber o apoio de uma maioria simples dos senadores. Antes disso, eles devem comparecer pessoalmente perante os comitês pertinentes — como o Comitê Judiciário no caso do procurador-geral — e responder a perguntas sobre seus objetivos no cargo ou sobre sua trajetória.

Após as audiências, os comitês enviam ao plenário um relatório recomendando ou não o candidato, embora também possam optar por não emitir relatório algum, o que anula a candidatura.

O Partido Republicano, ao qual Trump pertence, tem maioria em ambas as câmaras. No Senado, os republicanos ocupam 53 dos 100 assentos, o que lhes permite até três deserções para aprovar os indicados.

Embora se espere que a maioria dos candidatos seja aprovada, alguns enfrentam controvérsias que podem complicar sua confirmação. Se algum candidato for rejeitado, seria a quarta vez na história do país que o Senado nega sua aprovação a um indicado presidencial.

Acusações de abuso sexual

Um dos indicados mais controversos é Hegseth, comentarista do canal conservador Fox e escolhido para ser secretário de Defesa, que comparecerá na terça-feira em uma audiência.

Hegseth esteve envolvido em um escândalo por um caso de abuso sexual e pelo suposto abuso de álcool. Em 2017, foi acusado por uma mulher que alegou ter sido agredida sexualmente; o caso não chegou a julgamento porque, segundo seus advogados disseram ao The Washington Post, ele pagou pelo silêncio da denunciante para proteger seu emprego.

Veterano do Iraque e do Afeganistão, Hegseth é conhecido por defender políticas de extrema-direita, como a militarização da fronteira com o México e restrições aos direitos de pessoas transgênero.

Outra figura de destaque que será avaliada em uma audiência na quarta-feira é Pam Bondi, ex-procuradora-geral da Flórida (2011-2019), proposta como procuradora-geral.

Quando anunciou sua nomeação, Trump a elogiou por ter sido "muito dura com os criminosos violentos" e por ter conseguido "tornar as ruas seguras para as famílias da Flórida".

Como indicada para procuradora-geral, um cargo no qual Trump buscava alguém de confiança absoluta, Bondi substitui o ex-congressista republicano Matt Gaetz, que retirou sua candidatura em meio a acusações de uso de drogas e relações com menores.

Um "falcão" para a política externa

Outra figura importante que será submetida ao exame do Senado na quarta-feira será Marco Rubio, senador pela Flórida desde 2011 e considerado um "falcão" em política externa, com posições a favor de medidas duras contra a China e o Irã e das sanções contra Cuba, Venezuela e Nicarágua.

Se conseguir a confirmação do Senado, algo considerado quase certo, ele se tornará o primeiro latino a ser o principal representante da diplomacia dos Estados Unidos.

Nascido em Miami e de origem cubana, Rubio foi um dos rivais de Trump nas primárias de 2016 pela candidatura presidencial republicana. No entanto, rapidamente se tornou um de seus assessores mais próximos, especialmente em política para a América Latina durante o primeiro mandato do magnata (2017-2021).

Outra audiência que promete ser polêmica, também na quarta-feira, será a da governadora da Dakota do Sul, Kristi Noem, que Trump chegou a considerar como sua vice-presidente, mas que caiu em desgraça após revelar em um livro que havia matado a tiros seu cachorro de caça de 14 meses por considerá-lo "impossível de adestrar".

Além disso, esta semana passarão pelo exame do Senado os indicados para secretário de Assuntos de Veteranos, Doug Collins; secretário do Interior, Doug Burgum; e secretário de Transportes, Sean Duffy. EFE

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