Mundo

Índia tem participação recorde em eleições

Eleitores indianos foram às urnas em massa durante as cinco semanas das eleições parlamentares, com uma participação recorde


	Mulher mostra dedo marcado após votar na Índia: 551 milhões de eleitores votaram
 (REUTERS/Danish Siddiqui)

Mulher mostra dedo marcado após votar na Índia: 551 milhões de eleitores votaram (REUTERS/Danish Siddiqui)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2014 às 14h46.

Nova Deli - Os eleitores indianos foram às urnas em massa durante as cinco semanas das eleições parlamentares, com uma participação recorde de 551 milhões de eleitores, e as primeiras pesquisas de boca de urna indicam uma grande vantagem da oposição nacionalista hindu de Narendra Modi.

De acordo com informações divulgadas domingo à noite, logo após o fim da maratona eleitoral, a aliança liderada pelo Bharatiya Janata Party (BJP) pode alcançar a maioria absoluta dos assentos no Parlamento, distanciando-se claramente do Partido do Congresso, da dinastia Nehru-Gandhi, no poder há dez anos.

No entanto, os analistas advertem para possíveis erros, já que as pesquisas de boca de urna de 2004 e 2009 se mostraram equivocadas.

Os resultados oficiais serão anunciados na sexta-feira.

A primeira pesquisa nacional, realizada pela CVoter, registrou uma maioria absoluta para o BJP e seus aliados, enquanto que CNN-IBN e Headlines Today Channels indicaram que o Congresso perde em muitos estados.

O Partido do Congresso, liderado pela dinastia Nehru-Gandhi, é dado como o grande perdedor há vários meses. Os analistas atribuíram a perda de confiança aos escândalos de corrupção que marcaram os dez anos no poder e ao desaquecimento da economia.

A Comissão Eleitoral anunciou um número recorde de 551 milhões de pessoas que votaram durante a maratona eleitoral, 130 milhões a mais do que em 2009, uma taxa de participação de 66,38%. Esse número poderá aumentar ligeiramente em virtude do voto por correspondência.

As eleições terminaram nesta segunda-feira com uma disputa acirrada na cidade sagrada de Varanasi (ou Benarés), onde Narendra Modi espera uma vitória simbólica na conquista do poder em nível nacional.

O líder do BJP enfrentou o novo campeão da luta contra a corrupção, Arvind Kejriwal, na cidade sagrada hindu nesta última fase de eleições marcadas por uma série de ataques pessoais.


No início da noite, Modi homenageou os centenas de milhares de eleitores que "esperaram pacientemente por horas sob o sol quente para dar força à nossa democracia". Ele também saudou a votação bem sucedida em Varanasi, uma cidade simbólica para Modi, candidato da direita nacionalista hindu.

O candidato do BJP foi onipresente durante toda a campanha, multiplicando os comícios em todo o país e superando as intervenções de outros líderes do seu partido. Ele concentrou sua campanha no balanço econômico de seu estado de Gujarat, que ele dirige desde 2001, prometendo investimentos e empregos.

No entanto, Modi divide profundamente a opinião pública, desde os distúrbios ocorridos na cidade de Gujarat, em 2002. Ele foi criticado pela passividade das forças de segurança diante dos tumultos. Alguns consideram que a inação foi calculada para permitir um massacre de muçulmanos. Mais de 1.000 morreram.

O líder hindu nega que o governo tenha falhado ou qualquer intenção em favorecer um grupo religioso.

Seu principal adversário em Varanasi, Arvind Kejriwal, líder do partido Aam Aadmi (Partido do Homem Comum), afirmou nesta segunda-feira que "as coisas mudaram nos últimos três dias e que todo mundo diz que Modi está perdendo".

Rahul Gandhi, que liderou a campanha do Congresso, negou no sábado que o seu partido já tivesse admitido a derrota. "Estou confiante na vontade dos eleitores de nos dar um mandato para formar um governo de união, promovendo a igualdade e a inclusão social".

As cinco semanas de eleições tiveram uma luta amarga, com Modi atacando Rahul Gandhi, sua irmã Priyanka e sua mãe Sonia, presidente do partido.

Modi, filho de um vendedor de chá de 63 anos de idade, ridicularizou Rahul, de 43 anos, chamando-o de "shehzada" (príncipe relutante) por sua falta de entusiasmo em assumir o poder.

A família Gandhi e os líderes do Congresso responderam acusando o líder do BJP de representar a divisão e desprezar a minoria muçulmana, de 150 milhões de indianos.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEleiçõesÍndiaPolítica

Mais de Mundo

Presidente do México diz que “não haverá guerra tarifária” com EUA por causa de Trump

Austrália proíbe acesso de menores de 16 anos às redes sociais

Putin ameaça usar míssil balístico de capacidade nuclear para bombardear Ucrânia

Governo espanhol avisa que aplicará mandado de prisão se Netanyahu visitar o país